Lateral-esquerdo falou com a imprensa na sexta-feira (Foto: Lucas Merçon - FFC)

Egídio concedeu entrevista coletiva na manhã da última sexta-feira. Novamente titular no time do Fluminense, o lateral-esquerdo abordou diversos assuntos. Falou sobre seu momento, o da equipe, a disputa por vaga na Libertadores, críticas e mais. Confira a íntegra:

Temporada
— A temporada está no final. Comecei o ano como titular bem, junto com o time. A sequência de jogos pós-pandemia, veio uma sequência forte. Joguei 11 ou 12 jogos seguidos quarta e domingo. Ali deu uma carga excessiva para mim. Não só pra mim e acho que o Dodi também fez esses jogos todos seguidos. Ele tem 23 anos, tenho dez a mais. Isso pega para qualquer um fazer 11 jogos seguidos quarta e domingo. Aquela bolinha de um, dois, três metros, que de repente eu não acompanhava e pensava que não iria dar nada… Aí acontecia a jogada. Aí vieram as cobranças, críticas. E isso não me abate. Os elogios também não me empolgam. O que me cobrava nessas sequências é que não tinha para treinar. Era jogar, “descansar” e jogar de novo. Quando saí do time, pensei: “não tenho o que reclamar”. Era treinar. Eu me preparei, aguardei, respeitei o momento do Danilo. Não tem orgulho, vaidade. Treinei para voltar bem. Acho que estou tendo boas atuações. Temos sempre a melhorar e isso que buscamos. É manter os pés no chão para seguir crescendo no individual e no coletivo – disse.

 
 
 

Vaga na Libertadores
— Nosso objetivo primeiro é concretizar a classificação. Tem oito anos que o Fluminense não vai à Libertadores. Disputei sete por clubes diferentes e é o único título que não tenho. Nos últimos anos, saí pra Boca Juniors e River Plate, que foram campeões. Vemos a dedicação, raça, empenho de todos dentro de campo. O time tem que ser aguerrido, ter garra e raça para jogar. Tem de saber jogar a Libertadores, é um campeonato diferente de Copa do Brasil, Brasileiro. Precisa ter o espírito de libertadores para conquistar algo grande. Com certeza vamos lutar muito por esse título que será muito precioso para mim e para o clube.

Relação com os outros jogadores e meninos do time
— Sempre trocamos ideias relacionadas ao futebol para ter melhora no grupo. Tenho afinidade com os moleques, trocamos muitas ideias, passo muito a minha visão. Já passei por isso. Aprendo com eles também. Os moleques são bons de bola, promessas. Eles escutam, não são folgados. Respeitam a nossa história e querem fazer a deles.

Possibilidade da chegada de Roger Machado
— Não sei do Roger. Marcão está fazendo um bom trabalho, colocando o Fluminense onde é o nosso objetivo. Sabemos a capacidade do Roger. Se vier, será bem-vindo, receberemos de braços abertos.

Subida de produção no time
— Minha questão do Fluminense com a temporada, reconhecer as críticas. Comecei o ano bem, veio a sequência, as críticas. As críticas vêm quando você não se omite, quer ajudar o time, você se expõe. Eu não tenho medo de me expor. Eu quero ajudar. Acontece de errar um pouco mais. Eu voltar a jogar bem, retomar meu lugar. Esquece rede social, estou sumido. Nem olho. Minha esposa também não olha. Não ligamos para críticas e não nos empolgamos com elogios. Tento manter um equilíbrio. Eu treinava e me preparava para quando voltar, voltar bem. Temos feito boas atuações, o time está defendendo bem essa camisa. Estou feliz com o time.

Ceará
— Voltamos a treinar pensando no Ceará. Faltam três jogos. Eles vem numa boa campanha, ganharam de grandes times. Tem o Vina em boa fase. Temos representado bem o Fluminense. Estamos dando a vida. A concentração e diferencial têm sido o diferencial do nosso time. Se nosso time não tem levado gol, são os 11 que estão ajudando, o jogador marcando lá na frente. O gol que fizemos contra o Bahia, começou com o Fred roubando bola. Estamos com esse pensamento para buscar um resultado bom lá contra o Ceará.

Jogar sem torcida
— Diferente, campeonato atípico. É um mundo diferente com essa pandemia. Logo que voltou os jogos, sem torcida, era um clima meio de treino. Parecia. Mas a gente sabe que quando entra é para valer. Com o tempo você se acostuma. Nós nos acostumamos, mas queremos que as coisas voltem ao normal. Não tem coisa melhor que jogar com estádio cheio.

Por que o Fluminense merece vaga na Libertadores?
— Pelo que fez e tem mostrado no campeonato. Nessa reta final, estamos crescendo para concretizar o que plantamos o ano inteiro. O Fluminense está de parabéns e que se concretize no final pela temporada que fez.

Diferença em classificar para o mata-mata inicial ou estar na fase dos grupos
— Estamos buscando a fase de grupos, para ter mais tempo para preparar. Nada melhor que entrar na fase de grupos. Se for pra pré, está de bom tamanho, mas o tempo será curto. Depois de uma temporada desgastante física e mentalmente, ter um tempo curto para preparar.. Mas é isso. O futebol às vezes nos coloca nessa situação e temos de estar preparados. O que vier estaremos preparados e fortalecidos.

Críticas
— Eu recebi muitas críticas, mas não acompanhei isso. Na rua as pessoas respeitam. Eu fiquei muitas rodadas sem jogar e não perdi a liderança de assistências. Tenho nove no ano. E de desarmes também, sendo lateral. Maioria dos meus passes para gol foi com bola rolando. As críticas vêm porque só veem os erros. Só tenho críticas porque tento. Se ficasse tocando só de lado, talvez não teria. Líder de assistências, de desarmes. O que pego são números. Se são significativos, vou continuar tentando. Não o que vem de fora. Me preocupo com aqui dentro. Penso no Fluminense, em vestir essa grande camisa e dar o meu melhor dentro de campo.

Primeiro brasileiro sem torcida. Como avalia o campeonato? Poderia ser melhor se tivesse torcida? Alto-falante, DJ, essas coisas ajudaram?
— No início foi ruim. Estamos acostumados com torcida e público, mas depois vai acostumando. O canto da torcida no alto-falante, acho interessante, dá um aspecto a mais de jogo. Se a torcida tivesse presente, acho que estaríamos melhores. Mas estamos fazendo uma boa campanha. Espero que na próxima temporada, tudo volte ao normal, a torcida volte ao estádio e possamos fazer novas grandes campanhas.