O Fluminense declarou guerra à Lei Pelé. Para evitar que suas joias saiam da forma como aconteceu com o atacante Evanilson e como deverá ocorrer com Marcos Paulo, sem que o clube lucre o que entende ser devido, o Tricolor está desenvolvendo um documento com diversas ideias de alteração na lei.
A cúpula tricolor entende que enquanto a lei permitir que os clubes fiquem reféns de jogadores e familiares, situações como estas seguirão ocorrendo nas Laranjeiras. Os recentes interesses de europeus em jovens promessas do sub-17 foi o estopim para os dirigentes tricolores, que desejam levar adiante as ideias de mudança. O NETFLU apurou também que o objetivo é ter a autorização da CBF para encaminhar a ideia para o Ministério dos Esportes.
O presidente Mário Bittencourt já disse algumas vezes nos últimos dias que irá à Confederação Brasileira de Futebol para tratar acerca do tema. Enquanto a Lei da Fifa, por exemplo, não permitir contratos superiores a três anos para menores de idade, o clube entende que seguirá sendo “presa fácil” para os europeus. É importante destacar, contudo, que outros clubes, na mesma situação do Tricolor, como Grêmio, Inter, São Paulo e Flamengo conseguem blindar seus jovens talentos.
De acordo com a advogada Maria Pessoa, a Lei Pelé foi sucessora da chamada Lei Zico (Lei n.º 8.672/93), e nesse aspecto começa a polêmica. Muitos juristas e profissionais da área apontam para a chamada “clonagem” de quase 60% daquela norma, trazendo poucas contribuições práticas. Entre os aspectos mais polêmicos está o fim do passe, o que resultou em um mercado problemático no que concerne à relação entre os jogadores e seus empresários. Inclusive, pensando nisso, o governo Jair Bolsonaro, no início de seu mandato, deu a entender que pretendia modificar a lei.