Por conta do calendário embolado com as competições de 2020 terminando em 2021, há enorme incerteza em relação ao calendário da próxima temporada, prevista para começar três dias após o fim do Brasileiro em disputa. Isso, claro, trava o planejamento dos clubes em relação a um descanso mínimo para os atletas. Pela primeira vez, jogadores terão de atuar por 17 meses ininterruptos, quase sempre com dois a três partidas por semana. Reuniões entre dirigentes e representantes de áreas médicas têm acontecido para tentar dimensionar os riscos. Até o início da Libertadores, em sua fase preliminar (mata-mata), pode ser afetado.
Os times que entrarem na fase de grupos da Libertadores, terão um sossego maior. Pois os jogos terão início a partir de 21 de abril. Estes também não jogarão as etapas iniciais da Copa do Brasil. A final da Libertadores entre Santos e Palmeiras também tem peso. O vencedor irá ao Mundial de Clubes, no Qatar, e isso mexerá na tabela do Brasileirão. Se for o Peixe, a última rodada passará de 24 para 25 de fevereiro.
Tal incerteza também chega às finais da Copa do Brasil, que pode terminar apenas em 7 de março, se o Palmeiras for ao Qatar, com os Estaduais já em andamento. O Grêmio não sabe seu futuro, pois não está garantido no G4 do Brasileiro. Pelo calendário atual, jogos da segunda fase da Libertadores (mata-mata anterior aos grupos) estão previstos para 3 de março, uma semana após o fim do Brasileiro e na mesma data de início da Copa do Brasil.
Caso a decisão seja em março, os representantes brasileiros da segunda fase da Libertadores não estarão definidos a tempo. A CBF tem um desenho junto à Conmebol para os brasileiros estrearem na segunda fase (caso o Palmeiras vença a Libertadores) em 10 de março, gerando efeito cascata até a fase de grupos, em 21 de abril. Com isso, claro, descansar jogadores no começo dos Estaduais é algo que soa como natural. Mas regulamentos apresentam impeditivos. No Carioca, por exemplo, só se pode utilizar um time alternativo nas três primeiras rodadas da Taça GB. A partir da quarta, em 20 de março, o clube que “sem justo motivo, deixar de utilizar sua equipe considerada principal”, perderá a cota de TV do jogo em questão. O Fluminense até sugeriu que a data de corte fosse a quinta rodada, mas terminou como voto vencido. O Carioca ainda não tem contrato de transmissão para 2021.
— Nas três primeiras rodadas, ao menos, não vejo alternativa a não ser descansar jogadores — disse o executivo de futebol do Fluminense, Paulo Angioni.
Em entrevista coletiva na última sexta, o presidente Mário Bittencourt já indicou que o Fluminense iniciará o Estadual com o time sub-23.