Nada como um dia após o outro. O ex-assessor de imprensa da presidência do Fluminense, na época comandado por Pedro Abad, o jornalista Artur Mahmoud, aniversariante do dia, tem motivos para sorrir. De acordo com o portal GE, seu maior presente este ano veio no começo do mês: a sentença judicial que reconheceu sua inocência das acusações de uma operação que investigava o repasse de ingressos de clubes do Rio de Janeiro a torcidas organizadas. Foi o fim de uma espera de três anos para ver seu nome, enfim, limpo.
A publicação lembra que Artur foi uma das quinze pessoas detidas na “Operação Limpidus”, em dezembro de 2017. Ele viu sua imagem estampar sites, jornais e TV e chegou a passar quatro dias na cadeia. Aliviado por ter a inocência provada, ele conversou com o GE. Na entrevista, Artur falou da surpresa com a prisão, se emocionou ao relembrar os dias detido, contou que perdeu oportunidade de emprego neste meio tempo e agradeceu família e amigos pela força recebida.
– Foram alguns anos de angústia, quase três anos passando por esse período delicado, esperando chegar esse momento (da absolvição). Finalmente chegou. Eu me sinto aliviado, realizado e motivado para voltar a construir minha história dentro da comunicação, dentro do esporte. Com tudo isso que passei acabei me afastando de algumas coisas, algumas portas se fecharam, outras se abriram. Foi um momento de bastante reflexão. Sem dúvida agora sou um novo cara, um novo homem.
Durante as investigações, percebeu-se que o Fluminense dava ingressos a torcidas organizadas, que, por sua vez, venderiam os bilhetes a cambistas, que cobrariam preços acima do estipulado. À Justiça, o então presidente Pedro Abad explicou que deu as entradas às torcidas nos últimos jogos do Brasileirão 2017 como forma de angariar apoio para a briga contra o rebaixamento e disse não ter ciência que os bilhetes estavam sendo revendidos. Artur teve o nome envolvido por supostamente entregar os ingressos aos membros das organizadas.
– Nunca toquei em ingresso. A decisão judicial mostra isso, de que não houve participação nenhuma. Quando eu trabalhava no Fluminense, muitos amigos me ligavam “Quero ir em jogo tal”. Eu, como assessor do presidente, poderia ter acesso às cortesias que o clube tem. Mas nunca gostei disso. Eu ia na bilheteria e comprava os ingressos para os meus amigos. Não é do meu caráter, não é do meu valor se envolver com esse tipo de situação – concluiu.