Depois de ficar conhecido em virtude de uma reportagem do programa Esporte Espetacular, da Rede Globo, quando ainda tinha 12 anos, o ex-morador de rua Raílson hoje trabalha para o Fluminense. Sua história ganhou projeção por ser fã de Fred e, na época da primeira passagem do centroavante, ele foi presenteado com a ida a um treino nas Laranjeiras, entrou com o time em campo e recebeu uma camisa 9 do ídolo. Atualmente é faxineiro do CT Vale das Laranjeiras, em Xerém.
Quando a reportagem do Esporte Espetacular foi ao ar, Raílson foi procurado pela mãe, mas, noticia o Uol, após um período vivendo com ela, acabou se desentendendo e voltando às ruas. O amor pelo Flu fez com que o clube voltasse ao seu caminho com a equipe jogando no Engenhão enquanto o Maracanã foi fechado entre 2010 e 2013 para as obras da Copa de 2014. Por lá, pedia ingressos para ver as partidas do Tricolor. Conheceu, então, o “tio” Daniel, ou Daniel Pinheiro, atual técnico da equipe sub-16.
— Ele me ligou, estava chorando e perguntou se eu podia ajudar com uma quentinha ou um cobertor. Aquilo me sensibilizou demais – conta Daniel.
De lá, foi levado a Xerém, onde tentou até virar jogador, mas não foi bem sucedido na empreitada. O clube, porém, não o abandonou e o deu acolhimento e emprego.
— Trabalhar é muito bom, mas trabalhar com uma coisa que você ama não tem explicação. Eu vim da rua. Hoje tenho uma casa para morar – afirma Railson, emocionado, em reportagem que irá ao ar no domingo, de novo no “Esporte Espetacular”.
Nove anos depois do primeiro encontro de idolatria, Raílson reencontrou, de maneira virtual, Fred. O atacante lhe deu uma nova camisa, pois este perdeu a outra quando se viu forçado a voltar para as ruas.
— Já te dei uma camisa, estou dando mais uma. Já dediquei um gol e espero poder dedicar outro também. Você merece. A sua história nos fortalece. Você é um tricolor de coração, um guerreiro – falou Fred.