Pilar da negociação entre o Fluminense e a empresa Live Sorte, que fechou patrocínio de R$ 1 milhão, valor confirmado pelo clube, para que fosse efetuado o sorteio de uma BMW, na final do Carioca (Fla-Flu), quebrou o silêncio. Acusado de quebra de contrato pelo agente Diego Perez, pois teria passado por cima de sua negociação com o Flu, Renato Ambrósio teve diversos áudios divulgados, um deles apontando uma suposta “rachadinha” no Tricolor, para que contratos fossem fechados.
Em entrevista exclusiva ao NETFLU, Ambrósio fez várias críticas a Diego Perez, que divulgou seus supostos áudios e prints de conversas, onde ele, Renato Ambrósio, afirmava que tinha que dar de 15 a 20% de propina para fechar qualquer acordo com o Fluminense. Além disso, ele negou que tenha levado R$ 1 milhão para as Laranjeiras num carro forte, para pagar o Fluminense, diferente do que o Diego Perez e o próprio clube em nota oficial informaram.
– Eu não te disse como é a forma de pagamento, prefiro não responder como é forma de pagamento. O que eu te disse é que não teve carro forte e ele (Diego) está inventando isso. O clube errou nessa informação de carro-forte. Não foi carro-forte que levou. O valor realmente foi R$ 1 milhão, pago no fim de semana (da final do Carioca, entre Flamengo e Fluminense) porque não tem banco aberto. Com nós fechamos o negócio no sábado, eu tenho uma empresa e a gente mandou em espécie e entregou no Fluminense. Dali pra frente, o que eles fizeram eu não sei. Nos deram um recibo do valor exato de R$ 1 milhão, o valor contratado – revelou.
Ao longo da entrevista, Renato Ambrósio se contradiz sobre sua relação com Diego Perez, mas faz questão de ressaltar que o denunciante mentiu em praticamente tudo o que disse relacionado ao patrocínio da Live Sorte com o Fluminense. Ele também nega qualquer propina ao Tricolor das Laranjeiras. Confira abaixo na íntegra:
NETFLU: Alguns áudios seus foram divulgados, que abordava um suposto esquema de “rachadinha” no Fluminense no caso do patrocínio da Live Sorte…
Renato Ambrósio: Já vou te adiantar que ele nunca foi nosso funcionário, ele é mentiroso, isso tudo que ele falou é mentira. Ele pegou ordens de outros áudios de outras conversas e colocou para vocês (imprensa) nesse desenho que ele criou, porque parece que ele é envolvido com conselheiro e está querendo arrumar uma briga política com o Fluminense. O Fluminense nunca me pediu nada, o pagamento foi feito todo legalmente. Eles me deram contrato, recibo. O Fluminense agiu 100%. Todas as pessoas que eu tratei lá dentro agiram honestamente em tudo, enfim, não tem nada. Tudo o que esse rapaz está fazendo é mentira. Me mandara aqui as conversas, eu nem me preocupei porque eu sei que é tudo mentira. Ele pegou áudio de outras conversas e está passando como isso. Na verdade, ele tentou me pedir um dinheiro, chantagear, ele e um ex-conselheiro, se eu não me engano. Me pediram dinheiro e eu disse que não tinha que dar dinheiro para nada, porém eu não fiz negócio com eles. Não me trouxeram negócio nenhum. E disseram que iriam fazer escândalo, mas o que esse Diego (Perez) me disse, na quinta ou na sexta-feira, foi que ele tinha dado calote numa empresa, teve um problema na bolsa de valores, ele deu calote em um monte de gente. E ele tinha que dar dinheiro para um cara que já foi conselheiro do Fluminense. Ele tinha que dar dinheiro para o cara, iria ajudá-lo a fazer política. Veio com um monte de conversa, tentando me chantagear, eu não aceitei e morreu nisso. Tudo o que eu recebi de fotos, das conversas com ele, é tudo mentira dele, a gente tem tudo para provar. Nunca existiu isso dentro do Fluminense no meu negócio.
Você admite que os áudios são seus, mas, pelo que entendi, você alega que estão descontextualizados. É isso?
– Não… é. Alguns áudios que me disseram que têm eu não ouvi. Eu não vi, eu não ouvi nenhum, eu não vi sua matéria. Não posso dizer que é meu, porque eu não ouvi. Eu não sei qual áudio ele colocou, eu não sei nada.
Tem uma parte dos áudios onde você, supostamente, diz que teria de pagar de 15% a 20% do presidente ao faxineiro para fechar contrato com o Fluminense. Existiu isso?
– Não tem isso, não. Não tenho esse áudio. Eu li isso. A única pessoa que teria comissionamento no meu negócio seria o Diego, ele teria 20% do lucro se eu tivesse lucro, mas isso legalmente. Não era 20% de propina ou de rolo. Esse Diego está descontextualizando tudo. Quem ganharia 20% era esse Diego. No Fluminense foi sempre o valor fechado. O Flu sempre me falou: “você paga e a gente te presta o serviço de mídia”. O Fluminense nunca me pediu nada, nunca teve comissão de nada. É tudo mentira dele.
O Diego lançou duas notas mostrando documentos, sendo um deles que provaria que seria contratado para falar em nome da Live Sorte. Você viu?
– Ele nunca teve contrato comigo. Esse cara me procurou dizendo que era lobista, que tinha negócios no Flamengo. Aí não deu certo no Flamengo e ele tentou o Fluminense. E ele também não conseguiu. Ele não tem contrato com nada, nem assinado, nem verbal, isso eu posso te provar. O Diego é um vendedor de ilusões, baita mentiroso, golpista, mau caráter, oportunista. Já deu golpe na bolsa de valores. Se ele tem algum contrato é falso, isso a gente consegue provar na Justiça. Eu te garanto que nunca tive negócio com ele. Ele jamais trabalhou pra gente. O próprio Fluminense e o Flamengo não fizeram negócio com ele, me disseram que era gente mau caráter e como ele não tinha feito negócio, eu falei pra ele que ele não iria participar de nada. No dia do jogo do Fluminense ele me ligou e eu falei para ele que se tivesse lucro, daria 20% do meu lucro, mas que era muito arriscado o negócio. Ele acompanhou as vendas, sabe que não tivemos lucro. Eu nem conheço esse Diego para ser sincero. Eu falei com ele algumas vezes pelo telefone e algumas vezes pelo Whatsapp. De 10 dias para cá, ele começou a tentar me chantagear, dizendo que tinha um cara aí, que ele me falou o nome, mas não sei, não vou falar para não falar bobagem. Disse que era conselheiro ou ex-conselheiro do Fluminense, me mandou um áudio desse cara ameaçando, falando que ia fazer escândalo. É tudo sacanagem, tudo inverdade. É coisa política deles. Não sei se vou tomar dinheiro de alguém, não sei qual é o lance deles. Não vi o que foi lançado, nem dele, nem do Fluminense. O que eu vi foi o Blog do Paulinho e aquilo é tudo mentira. Pode ter certeza. Ele está descontextualizando e inventando coisas que nunca existiu.
Você pretende entrar na Justiça contra o Diego Perez?
– Na sexta-feira eu passei para a minha advogada as conversas no Blog do Paulinho, e ela disse que entraria sim na terça-feira (ontem) com uma ação contra esse Diego por calúnia e difamação. É tudo mentira. Eu nunca tive negócio jurídico nenhum com ele. É só difamação, calúnia. E essa invenção que ele está fazendo com o Fluminense, o Fluminense tem como provar, porque o clube tem o nosso contrato, nosso negócio foi totalmente legal e lícito. Normal.
E essa questão do carro-forte, em levar R$ 1 milhão em espécie para o clube. Pode explicar?
– Isso é tudo conversa dele (Diego). Eu não vou te passar informações por questões de segurança. Nunca teve essa conversa de carro forte, é mentira. Nunca teve nada disso. É tudo invenção dele, você pode ter certeza.
A empresa então não enviou nenhum carro forte para pagar o Flu no domingo?
– Não enviou carro forte nenhum! Eu não vou te falar como foi a forma de pagamento, mas não teve carro forte nenhum. Se tiver algum acesso, peça nas Laranjeiras a filmagem para ver se tem algum carro forte lá. Esse cara é um mentiroso, oportunista. O negócio que eu fiz com o Fluminense foi feito em contrato, legalmente, deram o recibo no valor certo e nenhum funcionário do Fluminense me pediu um centavo. Não teve negócio com essa outra empresa. Não sei nem o nome da empresa que ele fala lá. Esse Diego me procurou dizendo que era sócio de um instituto chamado IMN, que eu não sei o que é, junto com Igor e junto com Renato Darlan, que é filho de Siro Darlan (Desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), dizendo que eles eram lobistas do Flamengo e perguntando se não queria fazer uma live, um sorteio dentro do jogo do Flamengo. Eu disse que tinha interesse, mas desde que fosse por dentro. Tive conversas, negociação com valores, mas o Flamengo me disse que eles não tinham nada, que era tudo mentira deles. E aí ele me disse que já estava adiantado, fechando com o Fluminense aí quando chegou na sexta-feira, véspera do jogo, eu descobri que era tudo mentira também. Não tinha nada fechado, ninguém conhece esse cara. São oportunistas e estão com conversa fiada. Mentiram para mim e agora estão mentindo sobre o clube.
Você falou que não teve o recebimento em espécie na sede do Fluminense e que o Diego Perez estava mentindo sobre o carro-forte. Então o Fluminense também mentiu sobre o carro forte? O clube lançou uma nota no último sábado explicando que havia recebido, sim, R$ 1 milhão em espécie, nas Laranjeiras. Não confere essa informação?
– Eu não te disse como é a forma de pagamento, prefiro não responder como é forma de pagamento. O que eu te disse é que não teve carro forte e ele (Diego) está inventando isso. O clube errou nessa informação de carro-forte. Não foi carro-forte que levou. O valor realmente foi R$ 1 milhão, pago no fim de semana porque não tem banco aberto. Com nós fechamos o negócio no sábado, eu tenho uma empresa e a gente mandou em espécie e entregou no Fluminense. Dali pra frente, o que eles fizeram eu não sei. Nos deram um recibo do valor exato de R$ 1 milhão, o valor contratado.
Depois dessas denúncias, você teve contato com o clube para resolver essa situação?
– Não tem nada. O clube tem contrato. Eles fizeram coisas lícitas, por dentro, e eu também. Podemos ser investigados por quem for que eu tenho comprovante de tudo e o clube também. A coisa foi feita lícita totalmente. O que eu fiz foi uma nota depois que ele soltou no Blog do Paulinho, e encaminhei para todo mundo, inclusive para o Fluminense, dizendo que era tudo inverdade que ele estava dizendo e a gente vai entrar com uma ação contra ele terça (hoje).
Deixa eu entender: o senhor falou que o valor foi entregue pela sua empresa num carro comum?
– Eu não vou te dar informação de segurança da minha empresa. Acho que não tem necessidade disso. Acho que não muda. Não sei o que você está querendo com isso. Se eu levei, se a minha mãe levou, não muda. O que estou te dizendo é um negócio jurídico. Eu tinha que mandar o dinheiro e mandei. Só te falei desde o começo que não foi com um carro forte, o que esse Diego fala é mentira, ele não sabe de nada, não teve acesso a nada. Por questões de segurança, quase ninguém do Fluminense sabia que esse dinheiro iria para lá (Laranjeiras), somente os tesoureiros que foram lá para conferir esse valor.
Você estava presente quando esse dinheiro chegou nas Laranjeiras?
– Eu não sei o motivo da sua pergunta, prefiro não responder. Esse Diego está inventando tanta merda… eu não sei se você é do partido dele, qual que é o esquema, qual que é a briga política do Fluminense com alguém. Eu já te falei toda a verdade, que o negócio foi lícito, que não teve rachadinha bosta nenhuma, esse Diego é um mentiroso, é um cara sem credibilidade. Você põe o nome dele no Google, como fizemos sexta-feira, e vimos quem é esse cara, um baita golpista. Eu não sei quem está dando dinheiro para ele falar isso ou quem que ele quer prejudicar no Fluminense. Mas ele só disse mentira até agora. Esse cara não disse uma verdade. O Fluminense não me pediu nada ilícito, nem um dinheiro por fora. O que eles me pediram, vários funcionários numa call, nós pagamos. Eles deram recibo disso. Esse contrato foi feito no fim de semana pelo jurídico deles e o nosso jurídico acompanhou. O Fluminense foi 100% transparente. Eu cheguei às duas e meia da tarde no Maracanã e foi tudo assinado, tudo perfeito. Dali pra frente a gente começou a divulgar. Acho que duas horas, duas e meia da tarde e começou a divulgar no seu horário específico a parceria que a gente fechou para aquele jogo. Tive prejuízo, o Diego não ganhou dinheiro porque ele teria uma comissão minha se eu tivesse lucro. Como eu não tive lucro, ele não teve direito a nada. Daí ele passou 60 dias sem falar comigo, ele soube do prejuízo, tenho conversas dele aqui, ele acompanhou as vendas junto, viu que foi ruim a venda… De 10 dias pra cá, ele começou a me mandar conversa de um conselheiro ou ex-conselheiro, eu não sei nem quem é o cara, dizendo que esse cara queria grana, que eles precisam de grana, senão iria expor o Fluminense. E eu disse: ‘faz o que você tiver vontade, eu tô cagando pra isso. Meu negócio foi totalmente lícito. Minha empresa é toda correta e o Fluminense agiu correto comigo. Eu não posso falar um ‘a’, eu não vou cai em chantagem”. E aí ficou por isso. A única pessoa que pediu propina, se é o nome que ele usa ou não, foi esse Diego. Que não é propina, foi uma comissão de 20%. A única pessoa que teria uma comissão… e tem um trecho que eu falo para ele, “se tiver lucro, você vai ganhar 20% e vai me emitir nota fiscal. Que empresa sua que emite nota fiscal?”. Aí ele me mandou um tal de IMN, que é o Instituto Moraes não sei o quê, de Belo Horizonte. Não sei nem o que é isso.
Teve outra suposta conversa sua com o Diego divulgada, onde você fazia a descriminação caso o negócio rendesse R$ 5 milhões. Teria uma porcentagem do Diego, sua… Confere?
– Eu não lembro. E outra: a arrecadação deu quatrocentos e poucos mil (reais), deu um baita prejuízo. Eu já te adianto isso. É o que eu te falo, esse Diego é mentiroso. É tudo mentira.
O Diego Perez disse que iria levar o caso à Policia terça-feira (ontem)…
– Pode levar. A única pessoa que pediu comissão foi ele e esse outro cara aí que agora tentou me chantagear. Acredito que ele não vai nem levar porque se você faz chantagem com alguém, inventa inverdades, você não vai levar pra frente. E se levar, eu tenho ata notarial de todas as conversas que eu tive com ele e sei que ele está com mentira. Tudo isso o que ele está falando é mentira.
Ele também disse que você o teria ameaçado de morte e essa foi uma das motivações para ele divulgar essa história. Você o ameaçou de morte?
– Você acha? Eu fui o primeiro a falar quando esse cara me mandou a conversa, dizendo que os caras estão ameaçando, que é conselheiro, que tem uma dívida com ele. Aí que ele me falou que tinha dado um golpe na bolsa de valores, CVM (Comissão de Valores Imobiliários). Aí me perguntou o que ele faria. Eu falei para divulgarem o que quiserem se ele não tivesse nada de errado. Perguntei se ele estava devendo algo. Ele não trabalhou, não conseguiu fechar o negócio, não ganhou nada. Se alguém quer tomar dinheiro, eu falei para ele ir à Polícia. O aconselhei e um advogado que o estava ajudando a se defender dessas pessoas. Eu falei com o advogado para mandar esse cara (Diego) fazer um boletim de ocorrência falando que tinha gente pedindo propina pra ele, dizendo que era ilegal. Eu acho que era tudo mentira dele e desse conselheiro aí para tentarem prejudicar alguém do Fluminense.
Ninguém do clube entrou em contato contigo pedindo que você fizesse algum tipo de nota, além daquela primeira que consta em anexo na nota do Fluminense, pedindo que você negasse que os áudios são de sua autoria?
– Não, nada disto. Ninguém está me ligando, ninguém está nada.
Como você chegou ao Fluminense? Foi através do Kevis, assim como o Diego? Com quais pessoas do clube você falou?
– Eu cheguei por uma pessoa do futebol que me colocou no jurídico, depois fui para o marketing, para o operacional, passei por todos os departamentos do clube, mostrando a legalidade dos meus documentos. O Fluminense foi extremamente cauteloso, quis todas as legalidades, certidões, foi muito correto nas coisas, para que a gente pudesse fazer, que tivesse a legalidade do título de capitalização. Não tem nada disso. É tudo mentira, esse Diego nunca conseguiu nada com ninguém. E, se chegou, para o meu negócio ou minha empresa ele não conseguiu absolutamente nada. O que o Fluminense disse é que esse cara não parava de incomodar os funcionários lá. E que jamais fariam negócio com o Diego. Acho que talvez a raiva desse Diego seja exatamente isso, porque ninguém quis fechar nada com ele lá, porque viram que é uma pessoa sem credibilidade, um cara que age com golpe, com mentira e você vê aí que ele está pegando uma conversa com o Flamengo, de outro jogo, e tentando dizer que é do Fluminense.
Você diz completamente o oposto do Diego…
– Eu estou te falando a verdade. Não tenho interesse nenhum, não sou do Rio, não tenho nada a ver com o futebol ou com a política dele. Isso aí está me cheirando a politicagem ou só oportunismo mesmo, porque é tudo mentira. O meu combinado com o Diego era, se eu fechasse no domingo, ao meio dia… eu perguntei para ele: “o que você acha, devo fechar? Eu tenho medo de perder dinheiro e tal…” e aí ele me falou a opinião dele tal. E eu disse que se tivesse lucro daria 20%. Ele disse que estava ótimo. Temos isso fechado por Whatsapp, todas essas conversas e foi assim que foi feito o negócio. Única pessoa que teria lucro da minha empresa… eu ainda perguntei se ele tinha empresa e ele me mandou o contrato social de uma empresa chamada IMN, que é um instituto. Ele me disse que era sócio, junto com Igor e Renato Darlan. Eu falei num call com os três, um mês antes do jogo do Fluminense, porque eu estava tentando fechar com o Diego, sendo que foi ele que me procurou e descobriu o meu telefone, foi para fazer Flamengo e um time do interior do Rio que eu não lembro nem o nome. Isso era o negócio. O Fluminense só foi assim. Ele tentou um ou dois dias fazer negócio com o Fluminense, não conseguiu, mas eu já estava com os meus contatos e andou com os meus contatos direto com o Fluminense. Foi isso o que aconteceu. Mas de qualquer forma, o negócio que eu tinha com o Diego, averbado, era que se desse lucro, ele teria 20%. Como eu não tive, ele não teve. Acho que por esse motivo, talvez, por não ter ganho grana, sei lá o que eles queriam, começaram a usar o meu negócio, pegar essas conversas aí e prejudicar alguém do Fluminense. Mas você pode ter certeza que é tudo mentira desse cara. Ninguém me pediu nada no Fluminense.
Mas como surgiu esse contato com o Diego?
– Ele que me procurou. Ele ligou na empresa de capitalização, onde a gente vende o título, pedindo para falar com um responsável e aí deram o meu telefone e o dele para mim. Foi assim que começamos a conversa. O que ele me disse que tinha era com um Flamengo, me fez um call com um cara que era do Flamengo junto com o BRB (Banco Regional de Brasília). Daí o Flamengo negou o negócio. Depois de um mês esse cara apareceu de volta, falando que tinha o Fluminense e um ex-conselheiro, amigo dele… mas eu não sei o que é verdade. Enfim, não andou. No sábado, quando eu tive contato com o pessoal do Fluminense, disseram que esse Diego Perez o procurou e que com ele jamais fariam negócio porque viram que ele não tinha representativa em empresa nenhuma, ele não pode falar em nome de nenhuma empresa de capitação. Eu mandei um áudio para ele na sexta-feira à noite falando para ele parar de usar o meu nome e a minha empresa, porque ele não tinha feito nada. Mas eu acho que esse cara é maluco. De alguma forma, eu acredito mesmo que ele seja maluco, porque não é normal isso aí que ele faz e o que ele fala.
Você voltaria fazer negócio com o Fluminense se tivesse oportunidade?
– Deu prejuízo, não faria. Tive outros clubes que depois procuraram a gente e eu não quis porque o público do futebol não compra o meu produto. Então, a experiência que a gente teve com o futebol foi muito ruim. A gente faz live, sorteio em live. A gente tentou com o Fluminense, não deu certo e não tentamos mais com outros. Não sei se daria certo ou não, mas acredito que não. Mas eu não faria esse negócio, a live, porque eu perdi dinheiro. Mas eu não tenho nada que desabone ninguém do Fluminense. Estou com o meu coração aberto, porque o Fluminense foi corretíssimo, me entregou tudo o que combinou, que pôs em contrato, o que ficou de falar, de fazer, o QR Code na tela, foram corretíssimos. Eu só posso falar que todas as pessoas que eu tratei no Fluminense foram corretíssimas com a gente.
O documento que o Diego anexou na nota oficial dele apresenta uma suposta liberação para falar em nome da sua empresa com o Fluminense. Você não reconhece esse documento?
– Só pede para ele uma via assinada disto. Ele não vai ter. Eu nunca fiz isso com ele. Eu só faria negócio com ele quando chegasse no clube e visse que ele tinha acesso. Mas ele não tinha acesso a nada. Ele me disse que esse instituto IMN foi montado com o Renato (Darlan) para vender mídia do Flamengo. Foi assim que ele chegou em mim, mas nunca chegou a ser feito nenhum contrato, porque eu vi que era tudo mentira.
Ele nunca te apresentou esse documento que o autorizava supostamente? Você nunca viu?
– Ele me mandou esse documento, cheguei a olhar o do instituto, desse IMN, que era para apresentar nota fiscal se tivesse lucro. O cara tá querendo fazer a imprensa trabalhar porque eles estão querendo alguma coisa política com o clube, estão querendo holofote. Meu negócio foi totalmente lícito com o Fluminense. O clube não pediu um centavo por fora, não fez nada de errado. Deu recibo de todo o valor que constou no contrato, foi corretíssimo. Não posso falar mal de uma empresa (no caso, o Fluminense) que não fez nada de errado. Eu não vou dar holofote pra esse cara porque pra mim ele é maluco, é tudo mentira, usa documentos frios. É um estelionatário, golpista. Peça pra ele os documentos assinados. Se a assinatura for minha, eu digo. Esse cara não fechou negócio nenhum, nunca foi agente de ninguém. A Justiça infelizmente é lenta, mas a ação que nós vamos abrir de calúnia e difamação, você vai ver que não existe contrato. E vou pedir danos morais por conta de tudo isso que ele está falando no meu nome.
Qual foi o montante que vocês gastaram? Um milhão ou mais, relacionado a impostos…
– Tem prêmio, tem imposto. O ganhador recebeu. Tem imposto de renda. Toda operação é paga. Dando lucro ou prejuízo, a gente é obrigado a pagar. A gente tem caução na empresa de capitalização. O negócio é totalmente legalizado. Totalmente lícito.
E o valor total gasto, além dos R$ 1 milhão, foi qual?
– Eu prefiro não te falar porque eu tenho contrato de confidencialidade com a empresa de capitalização. Então, eu não sei o que pode acontecer, não sei quem você é, estou confiando que você é jornalista. Mas eu não te conheço. Então, eu prefiro não te dar 100% da informação. Eu vi o que eles puseram e aquela nota eu emiti. Eu acredito que o Fluminense não colocaria nota de nada ilegal. Eu vi as notas, o que eles puseram e é verdade. Colocaram uma nota e colocaram a nossa nota em baixo, a minha resposta. Foram corretos, a minha resposta foi aquela. É aquilo lá.
Todo o seu contato com o Fluminense foi via internet, durante a negociação?
– Tudo via internet, via e-mail, documentado. Temos e-mails de todos os funcionários do Fluminense, o meu jurídico. Foi totalmente lícito, legalizado.
Você chegou a falar com o Kevis?
– Não. Talvez eu tenha falado no estádio com algum funcionário do Fluminense no estádio. Eu conheci bastante funcionários na hora do jogo, mas durante a negociação. Só encontrei com eles durante o jogo, com um ou dois, que nos colocaram lá junto com a auditoria, para auditar o sorteio, aquela coisa toda, depois de tudo certo. Mas eu não sei nem o nome desses funcionários. Essas pessoas não são as mesmas que a gente tratou no jurídico e marketing. Por isso que eu te falo que não sei sobre esse Kevis, não tenho certeza. Eu não negociei nada com esse rapaz nunca. Isso eu posso te garantir.
O NETFLU procurou o Fluminense antes da entrevista com Diego Perez, publicada em formato podcast, no último sábado, dia 10 de outubro. Até a divulgação desta, não houve retorno.