Dentre os pontos relevantes de sua história, um dos fatores que mais se destaca no Fluminense é o grande poder de formação de atletas nas categorias de base. Atualmente, a rica safra do Tricolor tem sido a válvula de escape do clube para sanar dívidas e reduzir o caos financeiro em que se encontra. No entanto, a crise obriga o Flu a “vender mal” muitas de suas joias e os valores acabam não retornando em poder de investimento no futebol. Veja o levantamento do portal Lancenet.
Desde 2015, primeiro ano sem a Unimed, a melhor colocação do Fluminense no Campeonato Brasileiro foi o 12º lugar, em 2018, quando acabou escapando do rebaixamento apenas na última rodada. Nesse período, foram 11 vendas de atletas feitas para a Europa e apenas nomes com alto grau de expectativa. Dentre os criados em Xerém, Evanilson, Pedro, João Pedro, Ibañez, Ayrton Lucas, Marlon, Wendel, Gerson e Kenedy. Além deles, Gilberto e Richarlison, que chegaram já nos profissionais, também entram na lista.
Somando todos os valores recebidos pelo Flu nessas negociações, o clube embolsou R$ 17 milhões por Kenedy, R$ 45 milhões por Gerson, R$ 23,3 milhões por Wendel, R$ 20 milhões por Marlon, R$ 15,3 milhões por Ayrton Lucas, valores que podem chegar a R$ 46 milhões por João Pedro, R$ 36,5 milhões em Pedro, R$ 17,2 milhões por Roger Ibañez, R$ 13,5 milhões por Evanilson, R$ 9,3 milhões por Gilberto e R$ 23 milhões em Richarlison. Somado, esse valor chega a R$ 266,1 milhões.
Em comparação com o que o Flamengo recebeu apenas com Vinicius Júnior e Lucas Paquetá (terceira e sexta maiores vendas do futebol brasileiro), o Rubro-Negro embolsou cerca de R$ 314 milhões, uma diferença de R$ 47,9 milhões. Se analisarmos o top-10, o clube da Gávea ainda tem a venda de Reinier ao Real Madrid, que somaria mais R$ 136 milhões a esta conta. Outros clubes que se repetem na lista são Santos (Neymar e Rodrygo) e São Paulo (Lucas Moura e Denílson).
Retorno em campo
E para onde vai o dinheiro de todas essas vendas? Principalmente para o pagamento de dívidas e acordos judiciais. Em termos de contratações, traçando o mesmo panorama a partir de 2015, o clube comprou os direitos do zagueiro Nino por R$ 5 milhões, Michel Araújo por R$ 3,3 milhões, Fernando Pacheco por R$ 2,8 milhões, Gilberto em definitivo junto à Fiorentina no fim do ano passado por R$ 360 mil, Marlon por R$ 2 milhões e Robinho por R$ 7,4 milhões, este que foi o maior investimento e um dos que deu menos retorno.
Além deles, Roger Ibañez por R$ 600 mil, Júnior Sornoza por R$ 7 milhões, Jefferson Orejuela por R$ 5,3 milhões, Henrique Dourado por R$ 6,6 milhões, Richarlison por R$ 9,5 milhões, o zagueiro Henrique comprado junto ao Napoli (ITA) por R$ 8,6 milhões, o atacante Osvaldo por R$ 5,4 milhões, Renato Chaves por R$ 3,5 milhões, Diego Souza por R$ 2,32 milhões e Édson, volante, por R$ 1,2 milhão.
Algumas dessas compras, inclusive, tiveram acordos não pagos e geraram até denúncia na Fifa, como nas dívidas com o Independiente Del Valle por Sornoza e Orejuela. Os casos de Henrique e Diego Souza também tiveram desdobramentos na Justiça.
Em 2020, a projeção da diretoria é arrecadar R$ 70 milhões em vendas de jogadores. Até o momento, o clube contabiliza as saídas de Gilberto e Evanilson. Caso concretize a saída do goleiro Marcelo Pitaluga para o Liverpool (ING), algo já encaminhado, o clube pode chegar a cerca de R$ 35,3 milhões até o momento.