(Foto: Lucas Merçon - FFC)

O Campeonato Brasileiro de 2020, indiscutivelmente, será muito diferente em relação aos demais por ter realizado em meio à assustadora pandemia do novo coronavírus. Depois do empate de 1 a 1 com o Palmeiras, quarta, no Maracanã, Odair Hellmann foi questionado se sente segurança para trabalhar durante período tão conturbado. Tranquilo, o técnico do Fluminense destacou a estrutura à sua volta, mas pediu bom senso à CBF no que diz respeito a decisões que precisarão ser tomadas quando houver situações difíceis, como o caso no qual a partida entre Goiás e São Paulo foi adiada em virtude do alto número de atletas do clube goiano contaminados por Covid-19.

– Todos que estão indo para o seu trabalho ficam inseguros de alguma maneira. Todas as pessoas, desde o início da pandemia, os profissionais da saúde eram os mais expostos lá no front para nos ajudar. Acho que passamos por esse momento, a pandemia continua. A doença está entre nós. Nós ainda temos o privilégio por sermos muito assistidos pelo clube, pela estrutura que o Fluminense oferece, a organizadora do campeonato que é a CBF. Eu faço tanto teste que já nem sei se é de dois em dois ou três em três dias. Às vezes, pessoas de outras profissões teriam essa necessidade e não podem. Claro que essas situações vão acontecer e é ruim. Mas não pode ter definições diferentes para situações iguais. Essa dificuldade terá, estamos expostos. Eu vou do trabalho para casa e da casa pro trabalho. Tento me cuidar e do clube que estou. Se começarmos a sair, aglomerar com outras pessoas, vamos trazer o vírus. Não podem ter decisões diferentes. As pessoas que organizam precisam ter a sensibilidade para tomar decisões sem diferenças técnicas. Já há uma diferença técnica, com clubes com maior capacidade financeira para fazer um grupo mais forte, que já faria diferença num campeonato normal, ainda mais nesse atípico. Isso prejudica ainda mais os clubes de maior dificuldade. Se houver decisões desiguais, esse é o cuidado que peço, boa avaliação e bom senso para as decisões não punirem ainda mais aqueles que já têm dificuldades – disse.