A Medida Provisória (MP) assinada pelo presidente da república Jair Bolsonaro dando aos clubes mandantes de partidas o direito de negociar as transmissões segue dando o que falar. Mandatário do Fluminense, Mário Bittencourt quer os clubes participando e discutindo o assunto, mas reconhece a dificuldade, pois a maioria dos que disputam a Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro terão eleições no fim do ano.
— O que mais me preocupa com relação a essa discussão: 12 dos 20 clubes da Série A vão trocar de presidente até o fim do ano. Isso é preocupante. A gente vai ter que esperar esses movimentos eleitorais. Vamos ter jogos de três em três dias, uma maratona. Não vamos conseguir essa unidade agora, na minha opinião. Há quatro clubes que entendem que a MP foi feita de maneira açodada. Tanto é verdade que tivemos um resultado negativo no Carioca. Perdemos um contrato que geraria R$ 80 milhões em quatro anos. O Botafogo também perdeu. Grêmio e São Paulo, como todo mundo, correm risco no Brasileiro. Você deve perguntar aos 16 se isso não vai gerar um prejuízo irreversível – avaliou.
Na visão do presidente tricolor, a questão dos direitos de transmissão tem de ganhar uma atenção especial. Bittencourt defende um modelo que não se crie um abismo inalcançável entre os clubes brasileiros.
— O Fluminense defende os modelos que deram certo na Europa e não os que deram errado. Em Portugal, tem um abismo inalcançável. A gente defende a negociação coletiva, numa equação em que os clubes de maior faturamento não fiquem mais distantes. Nosso objetivo é voltar a competir em igualdade de condições com os clubes do topo da tabela – disse.