Uma tarde em busca da redenção. Precisando mostrar mais serviço do que nos dois jogos anteriores diante de equipes menores, o Fluminense foi a campo, contra o Botafogo, precisando apenas de um empate para chegar à final da Taça Rio. Começando muito bem, mas depois diminuindo o ritmo, o Fluminense levou o jogo a sua maneira, não estufou as redes e contou com milagre de Muriel para empatar em 0 a 0 e ir para a decisão da competição.

O Tricolor iniciou a partida de forma surpreendente, se comparado ao que vinha ocorrendo em jogos anteriores: envolvendo o adversário. Nos primeiros 10 minutos, parecia que havia só um time em campo, fazendo valer a escalação com três volantes defina pelo técnico Odair Hellmann. Nino, inclusive, quase abriu o placar após cobrança de falta de Nenê.

Contudo, o domínio verde, branco e grená não se sustentou por muito tempo. Com um jogo extremamente burocrático e as laterais pouco envolvendo, tanto com Gilberto como com o Edinho, Fred era pouco acionado. A defesa, batendo cabeça em alguns momentos, viu o Botafogo assustar três vezes no espaço entre os 10 e os 20 minutos da etapa inicial: duas com Pedro Raul e uma com Luiz Henrique.

Nenê, o homem de referência na parte de construção de jogadas, aparecia mais em bolas paradas, visivelmente sem ritmo. Faltava inspiração em todos os setores. Muriel, que vinha falhando em partidas anteriores, trabalhou bem, inclusive praticando duas grandes defesas. No setor de ataque, em contrapartida, o Time de Guerreiros não conseguia penetração. Antes da finalização do primeiro tempo, porém, Yago e Nenê assustaram com arremates de fora da área.

A metade final iniciou na mesma toada: Flu levemente superior, mas com extrema dificuldade para chegar a frente. Diante de uma equipe que se mostrava engessada em campo, o técnico Odair promoveu as entradas de Michel Araújo e Fernando Pacheco. Os gringos não corresponderam. Com muita velocidade e pouca cabeça, ajudavam mais na recomposição rápida do que, propriamente, nos avanços ofensivos.

A primeira e, talvez, única chance boa de Fred no jogo veio num cruzamento de Nenê. Ele cabeceou e a redondinha passou rente à trave. O jogo foi se arrastando, a partir disto. O Botafogo, também sem jogadores que façam a diferença, não conseguia encurralar o Flu. Por sua vez, a partir das entradas de Marcos Paulo e, principalmente, Evanilson, o Time de Guerreiros desperdiçava bons contra-ataques. Ele, aliás, quase balançou as redes duas vezes: numa finalização travada por Benevenuto e em um cabeceou, bem defendido por Gatito.

Nos minutos finais, vale o destaque para Muriel, que salvou o Tricolor em duas defesas quase à queima roupa! Sem inspiração, mas com a classificação, o Tricolor vai à final da Taça Rio e encara o Flamengo. Que venha o urubu!