Desde 2003, o Campeonato Brasileiro é disputado no formato de pontos corridos, todos contra todos e em turno e returno. Em entrevista, o diretor de futebol do Fluminense criticou a fórmula. Segundo ele, o torneio é extremamente capitalista e privilegia os clubes com mais aporte financeiro.
– Essa situação hoje vou só lembrar uma frase do Berlusconi: “Não existe no futebol um só ganhador. Porque passa a não ter graça”. Ele tinha um time que ganhava tudo na época do Van Basten, do Gullit. Mas do que adianta eu ganhar tudo? Vou jogar comigo mesmo? O futebol é equiparação, são ideias de competitividades mais justas, mais proveitosas como um todo. Porque o que faz torcedor são vitórias. Enquanto você tem um campeonato extremamente desproporcional, você enfraquece instituições. Você não vence e a tua possibilidade de vencer é pequena, você não angaria torcedor. As gerações passam e você vai se desidratando. Respeito o pensar de cada um, apesar de ter divergências grandes, mas vejo que devemos encontrar um mecanismo para uma equiparação maior. O campeonato de pontos corridos é extremamente capitalista. Impossível vencer um campeonato de 38 rodadas sem um tabelamento de valores dos profissionais que você trabalha. Senão não tem graça. Se você tem um volume de dinheiro muito grande você será desproporcional em qualquer competição longa. Se encontrar uma forma para equilibrar salários, pelo menos, cria um modelo melhor de competição – disse.