Em 2018. Daniel expôs suas camisas na FluFest (Foto: Arquivo pessoal)

Cada torcedor tem um jeito peculiar de demonstrar e viver a paixão por seu clube. No caso de Daniel Cunha, de 34 anos, advogado e apaixonado pelo Fluminense, uma coleção de camisas com mais de 600 peças diz muito sobre suas histórias de vida e também do Tricolor das Laranjeiras.

— Nossa identidade tricolor só existe a partir de uma memória. E memória é tudo que se tem. É o histórico, através de jornais, troféus, jogadores, ídolos… E as camisas têm um papel nisso tudo também – destaca.

 
 
 

Daniel, em 2018, chegou a expôr as peças na FluFest, nas Laranjeiras. Seu sonho, porém, é conseguir um espaço adequado para a conservação das camisas, como num museu.

— Eu tenho um problema de espaço. Tenho, no mínimo, 300 camisas que preciso conservar de maneira adequada. Tem todo um processo de conservação. Tem que deixar em uma temperatura OK, não pode deixar bater sol. As camisas mais recentes (de dry fit), ficam em cabides, porque se dobrar ou empilhar, o número e o patrocínio colam e estragam. Já as antigas (de pano), dobro de maneira a deixar patrocínios e números retos, sem dobras, e colocando em um plástico que eu tiro o máximo de ar possível, deixando quase um vácuo, para que não fique amarela – disse, complementando:

— Nunca irei vendê-las. Meu sonho é que elas fiquem um dia em um lugar dentro do clube, expostas para a torcida. Se for um projeto para deixar lá, de maneira permanente, seria um sonho. A gente vai envelhecer, morrer e isso tudo vai ficar aí. Não pretendo vender para o Fluminense, eu deixaria lá exposto. Temos uma memória que faz com que sejamos tricolores, que forja quem somos. Nossa identidade tricolor só existe a partir de uma memória. E memória é tudo que se tem. Do histórico, através de jornais, troféus, jogadores, ídolos… E as camisas têm um papel nisso tudo. É o trabalho que fazemos de maneira conjunta, eu, Pedro, Bruno e alguns amigos próximos. Reunir o máximo que temos em nossa história. Estão em nossas casas, em nossos armários. Seria muito interessante estarem ao lado de um troféu, como é no museu do Boca, do Real Madrid, do Barcelona. Não é apenas uma sala de troféus, é um museu. É algo que é muito maior que a gente, que pertence ao Fluminense, à torcida, à memória coletiva do clube.