Carlezzo vê medida benéfica para grandes e alerta que pequenos poderão ficar com migalhas (Foto: Reprodução do Facebook)

A Medida Provisória (MP) assinada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na última quinta-feira, que dá aos clubes o direito de negociarem a transmissão dos jogos nos quais forem mandantes é vista com muitas ressalvas por Eduardo Carlezzo, advogado especialista em direito desportivo. De acordo com ele, se aprovada no Congresso, poderá causar uma situação para lá de inusitada no Brasileiro. Além disso, em sua opinião, beneficiará aos grandes, com alto poder de barganha. Os médios e pequenos seguirão com problemas.

— Esta MP representa um risco para o futebol brasileiro, pois claramente é casuística, sem qualquer urgência ou relevância, que seriam seus pressupostos constitucionais. Se aceita, ela possibilitará que cada clube de futebol mandante do jogo tenha o direito de transmitir suas partidas, o que significará na prática que cada clube poderá fazer um contrato exclusivo com uma emissora, sem depender dos demais. Poderemos ter 20 emissoras diferentes transmitindo o Campeonato Brasileiro. Isso gerará aos clubes grandes supercontratos, multimilionários, e os clubes médios e pequenos receberão apenas as migalhas que sobrarem, aprofundando o abismo financeiro no futebol brasileiro – disse.

 
 
 

A MP é válida por 60 dias, prorrogáveis por mais 60. Ela tem de passar pelo Congresso Nacional para virar lei.