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A CBF anunciou uma linha de empréstimo emergencial de R$ 100 milhões para clubes das Séries A e B por conta da crise do coronavírus. Mas, nas condições impostas, uma boa parte das agremiação não poderá acessar o dinheiro que só estará disponível para clubes que não tenham cotas do Brasileiro antecipadas com a Globo. O jornalista do Uol Esportes, Rodrigo Mattos, destrinchou a situação, que não deve beneficiar clubes como o Fluminense.

Sem dinheiro, dirigentes estão insatisfeitos e tentam uma mudança nos critérios para os empréstimos colocados pela CBF. Há conversas em andamento para tentar modificar essas condições iniciais.

 
 
 

O anúncio do pacote de ajuda da confederação foi feito na segunda-feira. Em nota, a entidade informou que os recursos seriam disponibilizados para os times a juros zero “tendo como garantia os valores a receber pelos clubes referentes aos contratos de direitos de transmissão das competições que disputam e prêmios por desempenho nesses campeonatos”.

O presidente da CBF, Rogério Caboclo, ligou para todos os presidentes de clubes da Série A para falar sobre a linha de crédito. E informou que o dinheiro seria emprestado de acordo com o peso de cada clube dentro do contrato do Brasileiro. As cotas da Globo para o Nacional que são usadas como garantias.

Só que, em seguida, os clubes começaram a receber informações detalhadas sobre as condições do empréstimo. Quem tinha cota antecipada de televisão do Nacional poderia pegar recurso só do seu montante que tivesse liberado. Se tivesse tudo antecipado do ano, não teria direito a nada.

Já clubes que têm contrato com a Turner, então, teriam direito a uma fatia menor já que a empresa não participou desta operação de garantia.

Diante dessas circunstâncias, dirigentes avaliam que boa parte da Série A não poderá ter acesso aos recursos de empréstimos. Entre os clubes com cotas de TV antecipadas, estão Vasco, Botafogo, Fluminense, Atlético-MG, Santos, Corinthians e São Paulo.

Houve então uma insatisfação de alguns dirigentes com a CBF que consideraram a linha de crédito uma operação enganadora já que não chega aos clubes em pior situação financeira. Uma das partes envolvidas no resgate da confederação avalia que ainda há possibilidade de mudanças nas condições.

Procurada pelo blog, a CBF não comenta o assunto. Em sua nota inicial, a confederação tinha informado que as cotas seriam garantias aos empréstimos.