(Foto: Lucas Merçon - FFC)

Cinco anos entre idas e vindas pelo Fluminense como auxiliar de Abel, além do período que passou pelo clube como jogador. Em entrevista exclusiva ao NETFLU, Leomir falou sobre diversas experiências que teve com o Tricolor das Laranjeiras.

Confira a entrevista na íntegra

 
 
 

Como foi a construção e consolidação daquele time de 2012?

– Começou com o Cuca, que conseguiu escapar da segunda divisão, em 2009. Nessa época, estávamos nos Emirados Árabes. Depois veio o Muricy e azeitou a equipe ainda mais. Em 2011, eu e Abel chegamos ao Fluminense. Eu vim primeiro iniciar o trabalho. E o Abel chegou depois. Em 2011 mesmo conseguimos a classificação para a Libertadores e em 2012 conquistamos esse título brasileiro.

Além do Fred, quem você aponta como o grande nome daquele título?

– A gente não tem costume de apontar nomes. Todos os jogadores que participaram ajudaram, deram sua contribuição. Eu não posso dizer um ou outro. Uns jogaram mais, outros menos. Tínhamos qualidade muito grande do meio pra frente, laterais bem participativos, além do Gum e do Leandro Euzébio dando sustentabilidade à defesa. Deco, Rafael Sobis, Fred, Thiago Neves… era um time muito forte.

Como era feito o trabalho com o Deco especificamente, sobretudo a parte psicológica devido as lesões?

– Ele teve uma participação muito boa. Jogou muito tempo fora do país, é profissional, dedicado no dia-a-dia. Quando tinha problema de contusão, o departamento médico pedia para dar uma segurada nele. E, quando ia a campo, fazia a diferença, mostrava tudo o que sabia fazer. Por isso foi o profissional que foi.

O momento mais marcante do título de 2012

– Foi o jogo contra o Palmeiras. A gente estava ganhado por 2 a 0, o Palmeiras empatou o jogo ainda. Teve uma chance de fazer o terceiro, mas o Cavalieri fez uma excelente defesa. Aliás, ele fez um campeonato maravilhoso também. Nós, no final do jogo, fizemos o terceiro gol e ficamos esperando o resultado do jogo do Atlético-MG contra o Vasco. Felizmente nos sagramos campeões.

A última passagem pelo Flu não foi a esperada. O que não deu certo?

– Foi em 2017. Fomos campeões da Taça Guanabara, foi montado um time com aqueles garotos todos, chegamos a final do campeonato contra o Flamengo. Depois não conseguimos fazer uma grande participação no Brasileirão, mas houve uma mudança muito grande, saíram vários jogadores no meio da temporada. Em 2018 também foi uma participação razoável. Nesses dois anos, o fundamental foram os jogadores formados ou negociados pelo clube, como Richarlison, Ibanez, Ayrton Lucas, Douglas, Scarpa… isso ajudou demais nas finanças do clube. O Fluminense aproveitou bem. Não foram anos para chegar e conquistar campeonatos, mas para revelar atletas e ajudar o clube também.

Se imagina voltando para o Fluminense junto com o Abel?

– Isso eu não posso responder. Quem tem que dizer é o Abel. Prefiro ficar quieto. No futebol as coisas mudam muito. Prefiro não pensar nesses detalhes.

Análise do time montado pelo Fluminense na atual temporada

– Eu não estou lá. Mas o Odair está fazendo um excelente trabalho, gosto muito. Trabalhamos juntos no Internacional, fizemos o curso da CBF. Espero que mantenha a pegada do time nessa volta. Está fazendo um excelente trabalho.

Possível volta de Fred e se o jogador ainda tem lenha pra queimar

– Claro que tem lenha. Se for para o Fluminense, ele vai ajudar muito. Trabalha bastante, se dedica. Se ele for para o Fluminense, pode ter certeza de que ele vai ajudar.

Recado para a torcida do Fluminense

– Falar do Fluminense para mim é fácil. Eu tenho, nos meus 57 anos de idade, seis anos no Flu como jogador e mais cinco ou seis anos na comissão do Abel. Tive o prazer de estar presente com o Abel, comissão técnica, diretoria da época… foi tudo bem feito por todos e sou grato por isso.