Em meio à crise provocada pela pandemia do coronavírus, todos os clubes de futebol no Brasil paralisaram suas atividades. No Fluminense, não foi diferente. Com isso, as reuniões do Conselho Deliberativo do Tricolor ficaram impedidas de acontecer, já que, por recomendação das autoridades sanitárias, aglomerações devem ser evitadas. Em entrevista exclusiva ao NETFLU, o presidente do Conselho do Flu, Braz Masullo, falou sobre essa situação e muito mais. Confira, na íntegra, a entrevista:

NF: Houve alguma definição sobre tentar fazer alguma coisa online, por conta das reuniões que estão em aberto, sobretudo a do orçamento?

 
 
 

BM: Isso é praticamente impossível, porque muitos conselheiros durante o dia. Juntar todas num dia só é impraticável, mas talvez juntar duas reuniões seja possível. Ainda não há uma posição para passar, mas estamos discutindo possibilidades com a mesa diretora do conselho. Eu acredito que até o dia 10 de maio não teremos novidade nenhuma.

NF: Daria pra fazer uma super reunião, durante todo o dia, para tentar colocar todos os assuntos em pauta de uma vez, quando as atividades retornarem?

BM: Está tudo parado. Para poder fazer uma reunião online fica difícil, porque são 200 conselheiros e tem uma média de comparecimento de 150 a 180 por reunião. Então, ficou muito difícil fazer isso, até tecnicamente. Até porque os que não pudessem participar poderiam anular as decisões tomadas. Nós estamos aguardando a flexibilização desse isolamento, para ver quais providências tomaremos. Mas não tem nada que nos anime a fazer reunião, ainda mais porque no conselho a maioria é grupo de risco. Ficaram três reuniões pendentes e ainda tinham outras reuniões para acontecer, mas temos de aguardar.

NF: Mas não daria para fazer no fim de semana para poder suprir esse hiato?

BM: Isso pode ser possível, até porque já foi feito uma reunião num sábado, se não me falha a memória. Mas tem que definir em conjunto com a mesa. A gente vai reunir todo esse pessoal, mas temos que analisar com calma, até para manter distância de segurança. Sigo conversando com a mesa diretora, mas não temos nenhuma decisão.

NF: E como fica a votação do orçamento? A documentação enviada pode ser modificada por números atuais? Como seria feito isso?

BM: Essa documentação tem que ser enviada pelos conselheiros, estatutariamente falando. E foi o que a gente fez. Mas se passaram quatro meses com resultados obtidos. Então a gente possivelmente vai ter que alterar esse sistema de votação e vai ser discutido com o conselho diretor. A documentação que foi enviada foi com dados até fevereiro, então, talvez, a gente tenha que reformular essa convocação. Estamos tentando uma solução mais pra frente, mas primeiro a gente tem que saber se vai liberar mesmo uma reunião para 170 pessoas num espaço relativamente pequeno, que é como a gente faz lá. Por enquanto, estamos só conversando.

NF: O orçamento tem um prazo para ser entregue, mas a quarentena atrasou ainda mais isso. Explica essa situação.

BM: Ele não foi entregue em dezembro, como deveria ter acontecido. Mas foi entregue e não fizemos a votação por conta da pandemia. Vamos ter que tomar uma decisão em conjunto para ver o que de melhor podemos fazer, mas a situação está muito complicada porque cada hora a gente escuta falar uma coisa diferente. Não podemos ser irresponsável em levar todo mundo para lá, temos de aguardar orientações, porque não envolve só o Fluminense.

NF: Você tem conversado com o presidente do Fluminense, visando algumas mudanças para a realização , em segurança, das reuniões do conselho?

BM: Eu tenho conversado com o Mário sim. Essas alternativas, na verdade, tem que partir do conselho e estamos conversando sim com o presidente, para ver a melhor forma de se implementar isso.

NF: Qual seria a sua previsão mais otimista para voltar à normalidade do Conselho?

BM: A gente está conversando, estamos em contato com o Mário. Está todo mundo preocupado. O clube está numa situação complicada. As coisas estão acontecendo no mundo todo. O Campeonato Francês foi cancelado, por exemplo. O negócio está muito nebuloso, vamos aguardar.