Não são apenas os agentes de saúde, caminhoneiros, policiais e áreas afins que deveriam ser consideradas essenciais. A partir de um raciocínio baseado nas necessidades de cada um, o presidente da Ferj, Rubens Lopes, comentou que o futebol poderia ser considerado, também, uma área essencial.
— Eu fico preocupado em admitir o fato de não ser atividade essencial. Fico preocupado. Atividade essencial é relativa. O que não é essencial para um pode não deixar de ser para outro. Pergunte aos atletas dos clubes, principalmente aos que recebem em média abaixo de três salários, dos clubes menores… Pergunta se o futebol não é atividade essencial para eles. Pergunta de que eles sobrevivem, de onde vem os recursos para colocar alimento na mesa deles… Como eles pagam as escolas dos filhos, o transporte, as contas de água, luz, condomínio. É do trabalho. O trabalho é uma atividade essencial. Você dizer que não é essencial é extremamente complicado, muito forte, muito abrangente para considerarmos dessa forma. Para muitos o futebol é uma atividade essencial. Motorista, então, não é uma atividade essencial. Motorista de ônibus, caixa de supermercado… Não existe atividade que não seja essencial. Se você quiser falar, “essencial é aquilo que abrange todo mundo e não apenas um segmento ou pequena parte da população”, está bem. Serviço de saúde e por aí afora. Mas como fonte geradora de recurso, de emprego e consequentemente de salário, é uma atividade econômica essencial. Os profissionais envolvidos estão preocupados com isso. A maioria está, porque a maioria é hipossuficiente, não tem conta, poupança polpuda que possa resistir muito tempo sem receber os salários. A maioria depende do que vai ganhar no fim do mês para honrar seus compromissos. Se isso não vier, causa transtornos muito grandes. Por isso estamos diretamente envolvidos para reiniciar as atividades o mais rápido que seja permitido.