(Foto: Lucas Merçon - FFC)

A pandemia do novo coronavírus adiou a votação do orçamento do Fluminense de 2020. Com o novo cenário que se apresenta, a parte positiva é que o clube terá tempo para refazer alguns números projetados considerando o cenário inédito no mundo. Dentre os tópicos que vão necessitar atenção especial está a arrecadação em bilheteria. Em 13 jogos nesta temporada, o Tricolor somou R$ 1.618.738,01 de prejuízo.

Em cinco destas partidas a equipe foi visitante, mas ajudou a arcar com os gastos (Cabofriense, Bangu e Vasco) ou dividiu o lucro (Flamengo e Moto Club). A média de público do Fluminense como mandante neste ano é de 16.255 pagantes. O maior foi no clássico contra o Flamengo na semifinal do Campeonato Carioca, que levou 53.571 pessoas que pagaram ingresso ao Maracanã. Em segundo vem a partida contra o Unión La Calera, pela Sul-Americana, com 16.528 pagantes.

 
 
 

Caso os campeonatos retornem sem público, como é a proposta de algumas lideranças do futebol carioca, o estádio vazio pode gerar ainda mais prejuízo. Contra o Vasco, na última partida antes da suspensão das atividades, o jogo de portões fechados representou uma despesa de R$ 235.589,42. O Flu, por ter preferido manter o jogo no Maracanã, apesar do mando do rival, arcou com R$ 207.966,28.

Apesar de prever orçamentos mais realistas e conservadores nos anos anteriores, em 2019 houve um exagero do Fluminense em algumas áreas. Entre elas a bilheteria. O Tricolor estimou R$ 18,5 milhões para o ano passado com a renda dos jogos e o sócio-torcedor. Entretanto, o clube acumulou prejuízos nas partidas e não conseguiu decolar o plano de sócios. O demonstrativo financeiro ainda não foi divulgado, mas o valor arrecadado não deve chegar a metade disso.

O Conselho Fiscal do clube já havia emitido um parecer favorável aos números apresentados pela atual gestão para 2020, no dia 9 de março. A entrega, de acordo com o estatuto, deveria ter sido em dezembro, mas a diretoria justificou o atraso pelo fato de ter assumido o clube no meio do ano, em razão da antecipação das eleições. Antes da paralisação das atividades por conta da COVID-19, o presidente Mário Bittencourt havia prometido um orçamento mais “realista e equilibrado”.

O Fluminense aumentou as férias dos jogadores até o dia 30 de abril. O clube entende que não há pressa para retornar aos jogos, diferente de outros dirigentes cariocas, e só aceitará quando as autoridades de saúde entenderem que é seguro.