Júnior César estreou pelos profissionais do Fluminense em 2001. Campeão Carioca pelo clube em 2002, retornou ao clube que o revelou para ser campeão da Copa do Brasil de 2007. Em entrevista exclusiva ao portal NETFLU, o atleta falou sobre o carinho que tem pelo Tricolor, a perda da Libertadores de 2008 e muito mais. Confira, na íntegra, o bate-papo com o ex-atleta:
NF: Como está a vida após o encerramento da carreira?
JC: Minha vida hoje é curtir o momento com a minha família. Antes eu ficava afastado deles devido ao trabalho, agora posso estar com todos, participar de tudo presencialmente.
NF: Interferência do corona no futebol
JC: Para quem gosta do futebol é muito difícil. Ter uma paralisação como essa é ruim para todos, mas é compreensível porque a nossa saúde vem em primeiro lugar. Mesmo sem jogos, dificuldade de preparação… essa pandemia veio para nos alertar de alguma forma.
NF: Avaliação da equipe tricolor antes da paralisação em função da pandemia
JC: O Fluminense vinha de um momento bom, crescente na competição, cheio de atletas experientes e de referência, como o Ganso, Nenê. Infelizmente, a competição parou num momento crescente do clube.
NF: Agora que já pendurou as chuteiras, acha que vai ficar lembrado como o Junior Cesar do Fluminense ou do Atlético-MG?
JC: São histórias diferentes. Eu tive uma história bonita no Fluminense pelo fato de ter nascido e criado no clube. Tudo o que eu conquistei na minha carreira profissional foi o Fluminense, até porque foi lá que me desenvolvi. A minha admiração, carinho e reconhecimento devo tudo ao Flu. Mas a minha maior conquista foi no Atlético-MG, mas poderia ter sido no Flu. Infelizmente perdemos para a LDU na final Libertadores.
NF: Você jogou naquele time de 2004 com o quadrado mágico, Ramon, Roger, Edmundo e Romário. Aquele time não deu certo por causa de vaidade?
JC: Eu fico grato, para mim é uma extrema felicidade por ter jogador com esses caras que foram sempre referência pra gente. A gente tinha um time de uma qualidade muito fora do normal, mas as coisas não andaram. Era natural ter um pouquinho de vaidade porque tinha uma reunião de atletas consagrados. Mas não deu certo, o time não deu liga.
NF: Na final da Libertadores, o Flu conseguiu o “impossível” que era virar o jogo para 3 a 1 no Maracanã. Muitos tricolores alegam que o time recuou depois do terceiro gol. Isso foi orientação do Renato Gaúcho?
JC: Primeiro a gente tem que ter um leitura do jogo. A gente já vinha de um resultado adverso no primeiro jogo, difícil, complicado. Daí a gente chega no Maracanã e com 10 minutos a gente sai atrás. Depois conseguimos virar da forma que viramos. Chegamos na prorrogação e era difícil ter um psicológico, preparação e tendo de correr atrás do resultado. É natural que a gente tivesse sentido psicologicamente, até porque se a gente tomasse outro gol, ficaria ainda mais difícil. Não é que o time recuou, mas a gente foi até o limite para buscar o resultado e depois tivemos de ter um pouco de inteligência para administrar o jogo. Infelizmente não fomos felizes nos pênaltis.
NF: Escalação de Ygor, quase sempre criticada pela torcida na Libertadores
JC: O Renato (Gaúcho) tinha as suas convicções, escolhas. E naturalmente tem que respeitar o treinador em relação a isso. O Ygor era um jogador importantíssimo. Cada um tem uma maneira de pensar, argumentar. Tinha o Dodô, que ficou no banco, por exemplo. Todos tinham uma importância. Ele era o cara que marcava e roubava as bolas e depois entregava para quem tinha que entregar.
NF: Hector Baldassi e o pênalti não marcado em Washington na final contra a LDU
JC: É difícil argumentar sobre arbitragem. Você não pode fazer avaliação em cima. Lembro do lance totalmente polêmico, mas ele como árbitro tem autoridade de marcar o que ele vê. Infelizmente ele deve ter visto, mas não entendeu que a jogada era penalidade.
NF: Egídio e Orinho
JC: O Egídio eu já conheço, até porque a gente jogou junto na época de Flamengo. Ele tem uma qualidade fora do normal, bate bem na bola. Pelas opções que estão no mercado hoje, o Fluminense fez uma boa contratação. Ele cruza bem. O Orinho faz parte da engrenagem, serve para compor elenco. Flu está bem servido na posição.
NF: Leandro Euzébio e Gum ou Thiago Silva e Luiz Alberto?
JC: É difícil, embora eu tenha jogado com o Leandro Euzébio, Thiago Silva e Luiz Alberto. Então é muito mais fácil eu falar dos dois últimos, porque eu tive a oportunidade de estar jogando ao mesmo uma final de Libertadores. São quatro jogadores que tem uma representação grande no Fluminense. Gum e Leandro Euzébio ganharam tudo. E o Luiz era um líder. O Thiago eu nem preciso citar o que representa. Merecem muito respeito
NF: Pretende voltar a trabalhar com futebol, seja como treinador ou dirigente?
JC: Sim, porque é uma área que a gente viveu por muitos anos. Mesmo que não esteja participando dentro de campo, você fica inserido, envolvido no futebol. Quem sabe futuramente.