Dezoito anos depois da barriga santa de Renato Gaúcho, Vanderlei Luxemburgo disputa o Fla-Flu do lado tricolor. Torcedor confesso do rival, vive uma das, senão a maior decepção da carreira na derrota para o Fluminense no Estadual de 1995. Um dos personagens daquela final, o zagueiro Jorge Luiz, do rival, lembra da reação do treinador.
– Foi um silêncio total. Estávamos todos muito chateados. É difícil ter o que falar em uma hora dessas. No dia seguinte, nem o vimos, já que fomos disputar uns jogos no Nordeste, e ele não foi – recordou o ex-zagueiro, atualmente auxiliar técnico do Vasco.
O meia Willian e o vice de futebol do Fla na época, Plínio Serpa Pinto, não falam até hoje sobre o assunto. Quem aceitou lembrar contou que o técnico, bom com as palavras, ficou mudo no vestiário, assim como todos os outros.
– Eu acho que aquela derrota o marcou. Ele é um vencedor e estava realizando um sonho, que era treinar o clube do coração, onde jogou. O cara fica muito envaidecido quando isso acontece, e ele estava tão perto do título. Na realidade, após a derrota, teve de praticamente recomeçar a carreira, rever planos – contou Miguel Ferreira, principal auxiliar técnico de Luxemburgo na época.
Cria do Fluminense, Branco disputou aquela decisão pelo Flamengo. O ex-lateral-esquerdo contou que Vanderlei mexeu com os brios dos jogadores no vestiário. De nada adiantou e o título, felizmente, parou nas Laranjeiras.
– Ele vibrou muito no banco quando empatamos – lembrou o médico José Luiz Runco, médico do Flamengo desde a década de 1980, e também da seleção.
O final todos já conhecem.