(Foto: Mailson Santana - FFC)

O Fluminense fez um bom jogo contra o Resende. Sim, o adversário é fraco, briga pelo rebaixamento no péssimo Campeonato Carioca, mas é preciso separar as coisas. A fragilidade do oponente não pode servir de única justificativa para as vitórias. Importa, mas não resume.

Nossa equipe ficou nitidamente mais leve e nosso treinador, contrariando o que havia dito dias antes, resolveu escalar a dupla de volantes que é a que melhor rende. Yago tem volume e o Hudson sabe jogar com e sem a bola. Não são foras de série. Muito longe disso, mas se aproximam, pedem jogo, se projetam e sabem o que fazer com a bola.

 
 
 

O acaso também nos ajudou. Cem em cem tricolores afirmam que a melhor zaga é Ferraz e Nino. E estamos certos. A capacidade cognitiva do Matheus Ferraz é muito maior que a do Digão. Antecipação, leitura do ataque adversário, facilidade no jogo aéreo. Honestamente, não dá para comparar. E Nino o completa bem. Evoluiu muito do que era. Está veloz, confiante, acelerando o jogo.

Na minha visão o time tem deficiências muito claras. Para o jogo de transição imaginado pelo treinador, faltam parâmetros mais bem definidos. Quem fica responsável pela leitura do passe? Por que os atacantes insistem em receber a bola nos pés? O que falta para que funcione melhor o balanço entre atacantes de lado e laterais ultrapassando? O Fluminense tem o propósito de retomar a bola e de ser agudo com ela. Pacheco ainda se projeta, mas W. Silva – e Marcos Paulo quando joga de lado – não.

Quando pegarmos times melhores precisaremos explorar a característica dos jogadores e do estilo proposto pelo treinador. Lembram do Fla x Flu? Fomos muito agudos no último quarto do jogo. Time dos caras com marcação alta e nossa equipe tentando – e conseguindo – armar ataques nas costas dos laterais adversários. Teremos inúmeras chances de repetir aquele jogo. E a próxima me parece ser amanhã, contra um Figueirense enfraquecido, mas com camisa de peso e jogando em casa.

Na coluna passada falava que o Fluminense de 20 ganhou mais corpo que o de 19, a despeito da perda de qualidade com a saída de jogadores importantes. Isso me deixa alguma coisa animado (tá bem… dentro do possível…). Além do 11 que nosso treinador tem escalado (Muriel, Gilberto, Nino, Ferraz e Egídio; Hudson, Yago e Nenê; Marcos Paulo, Evanilson e W. Silva), ainda temos cinco jogadores que podem e devem ser utilizados, cada qual em seu momento.

Ganso é imprescindível para fazer essa bola correr no último passe da transição (eventualmente pegando lá atrás); Dodi é o substituto de qualquer um dos volantes, porque tem se mostrado ágil e com volume de jogo, Miguel é um garoto nitidamente diferente, de toque genial e personalidade incrível para um menino; e lá na frente duas opções que acho muito boas para o esquema do Odair. Pacheco, meu titular inclusive, e, um furo abaixo, Caio Paulista, que tem biótipo interessante para alguns jogos.

Espero sinceramente que Odair encare o jogo de amanha como não encarou o que nos eliminou da Sul-Americana. O time está encontrado. Não há espaço para novas esquisitices, nem invenções.

Vencer o Figueirense e partir pro jogo contra o Vasco como se o mundo fosse acabar no dia seguinte. Precisamos ganhar desse arremedo de time e atropelá-los como eles nos atropelavam quando tinham equipe melhor. Não só pela classificação geral da competição, mas principalmente porque está na hora da gente se acostumar a ganhar clássicos de novo.

Abraços tricolores!