Fluzão e carnaval dá samba, assim como a data e o futebol sempre andaram lado a lado. Ano após ano é comum vermos na Sapucaí jogadores do passado e do presente, curtindo os desfiles, seja nos camarotes ou na passarela. Além da festa, o período pode estreitar ainda mais essa intensa relação. Para isso, basta incluir a paixão pelo samba com o clube do coração. Foi o que fez Rodrigo Amaral, tricolor fanático e presidente do Bloco Minha Raiz, voltado exclusivamente para o Fluminense.  

– O Fluminense e o carnaval são duas paixões. Sou sambista e sempre quis ajudar o Fluminense de alguma forma. Nunca pensei em ser presidente do Fluminense, mas sim popularizá-lo. Como já gosto de carnaval e o Fluminense é o meu amor, eu falei: “Vamos criar um bloco de carnaval”, que tem por ideologia popularizar e preservar a história do Fluminense – revelou Rodrigo Amaral ao portal Lancenet.

 
 
 

Vale lembrar que a ideia nasceu onde histórias são contadas e versos são escritos: em uma mesa de bar, com cerveja gelada e amizade no ar. A inspiração, a goleada do Fluminense sobre o Flamengo por 4 a 0, em Cuiabá, no dia 24 de fevereiro de 2018.

– Tudo começou no Bar Vermelinho, na Rua São Francisco Xavier, que chamamos carinhosamente de pé sujo, onde se reunimos sempre antes dos jogos. Fazemos churrasco, batemos um papo, ficamos na resenha, fora do tumulto da porta do Maracanã, até porque a gente quer conversar, trocar ideia e foi ali que nasceu.

A ideia nasceu naquele dia, mas o bloco foi de fato concebido quase um mês depois e tem como padroeiro São José. 

– Criamos ele em 2018, mas eu disse que tínhamos que fazer uma coisa direita, quem é tricolor gosta de fazer tudo nos conformes, não pode ser um blocão de arrastão. Eu perguntei qual era o dia de santo mais próximo e me responderam que era São José. Então nos reunimos no dia 19 de março e o padroeiro do bloco será São José. Nada melhor, porque nosso slogan é “O Bloco da Família Tricolor” e ele é o padroeiro das famílias, uma coincidência sensacional.

As coincidências não param por aí. Curiosamente o primeiro desfile foi realizado um ano depois do Fla-Flu, em Niterói, já que a Prefeitura do Rio não concedeu a autorização. Com um público estimado de 600 pessoas, o Bloco Minha Raiz foi para a rua, para delírio do Rodrigo, o idealizador.  

– Não tem descrição. Estamos falando de emoção, amor, paixão e sentimento. Eu sabia que o desafio estava apenas começando, mas a satisfação de ver a coisa acontecer, vendo a galera abraçando o ideal, para mim foi tudo. É isso que nos dá força para continuar, não deixar morrer, porque o tricolor merece ter um carnaval verdadeiramente tricolor. Esse é um sentimento maior.

Os sambas-enredos são feitos em homenagem à personalidades que fizeram parte da história do Fluminense. No primeiro ano, um brinde ao passado e ao presente tricolor. 

– A primeira homenagem foi ao Fred, ídolo do presente, e Castilho, ídolo do passado, para abranger duas gerações de tricolores. Confeccionamos duas cabeças gigantes, uma do Fred e uma do Castilho, foram os “mega-craques”, em alusão ao mini-craque, aquela caricatura de jogador.