(Foto: Mailson Santana - FFC)

Um dos grandes imbróglios do futebol carioca neste início de ano foi a queda de braço entre o Flamengo e a Rede Globo, que não entraram em acordo com relação ao valor pago pelos direitos de transmissão dos jogos. Em entrevista nesta terça ao programa “Os Donos da Bola”, da TV Bandeirantes, Mário Bittencourt analisou o caso e explicou se isso prejudica ou não os demais clubes que participam do Estadual do Rio.

– Em termos financeiros, o contrato não prevê nenhuma redução do nosso valor. Mas obviamente que se tem uma perda indireta. Amanhã, o meu torcedor fora do Rio não vai poder ver o jogo na TV. Tem perda de patrocínio. Os contratos que peguei estão todos assinados até 2024. Minha gestão termina em 2022. Já recebeu uma boa parte em antecipação, uma boa parte em luvas que já gastou. O contrato do Estadual tem uma situação diferente. Quando houve a renegociação em 2016, o Flamengo fez separado. Ele fez até 2019. Fluminense, Vasco e Botafogo fizeram até 2024. Eu, Campelo e Mufarrej não temos como mexer nesse contrato que está assinado. O que podemos discutir é algum aditivo para mudar as condições que já existem. Nós três já estamos nos falando. Já tivemos uma conversa prévia com a Globo e vamos ter com a federação para entendermos as situações que achamos que dentro desse próprio bolo podemos melhorar o nosso faturamento. Em relação ao Brasileiro, teve uma reunião grande em São Paulo na sexta-feira, com os presidentes dos 37 clubes que têm assinatura com a TV. Algumas coisas foram modificadas. Eu defendia, inclusive, na premiação de performance, foi retirado o pagamento dos últimos quatro. Eu, o do Bahia e outros defendíamos que tem de se dar alguma coisa para quem cair para poder recomeçar no ano seguinte. Isso vai ser redistribuído dentro do bolo. Vai tirar um pouquinho de cada um. Basta aumentar a sua performance que você recupera isso. Outra coisa que está se discutindo é a redistribuição do bolo como falei. A mudança de alguns critérios, o “pay per view”, especificamente, que entendemos que é uma regra injusta. Mas é aquilo: Eu tenho contrato assinado até 2024. Talvez, se for reeleito, se optar por ser, talvez no último ano da minha gestão, eu possa renegociar o contrato pro próximo. O jogo em si só acontece porque tem dois times. A performance pode ser proporcional. Só existe o jogo porque tem Flamengo e Fluminense, Vasco e Botafogo. A distribuição, entendemos que deva ser mais equilibrada. Os estaduais de outros lugares, a TV paga menos no global, mas os clubes grandes ganham muito mais proporcionalmente que os daqui. O Mineiro e Gaúcho pagam 1/4 do que paga aqui, mas os grandes ganham quase a mesma coisa que aqui. Essa é uma das discussões que temos de ter – analisou.