O grupo Laranjeiras XXI (movimento de torcedores criado em 2017 com o intuito de tocar a revitalização das Laranjeiras) e a gestão do Fluminense vivem um período de afastamento e o projeto para reformar o estádio na sede do clube, além de estagnar, retrocedeu. A ruptura, informa o jornal O Globo, pode ser definitiva. As partes se encontraram pela última vez em outubro do ano passado. Na ocasião, o presidente Mário Bittencourt apresentou aos idealizadores a comissão montada pelo clube para acompanhar o andamento dos trabalhos. Porém, depois disso, não houve mais qualquer encontro e não existe previsão de ocorrer.
— Para você ter uma ideia, o grupo de WhatsApp criado para trocarmos informações com a comissão está abandonado desde dezembro — contou Ricardo Lafayette, integrante do Laranjeiras XXI.
Como se não bastasse a falta de diálogo, o grupo ainda perdeu o respaldo institucional do Fluminense. Isso porque o termo de cooperação assinado entre o clube e o Instituto Cidadania Tricolor (associação sem fins lucrativos criada para ser o braço jurídico do Laranjeiras XXI) venceu no fim do ano passado. Assim, já não há mais a autorização oficial para o movimento captar apoiadores e negociar com empresas em órgãos públicos. As conversas para renovação do contrato foram iniciadas e não avançaram.
O grupo entende que alguns conselheiros próximos a Mário Bittencourt têm feito lobby contra o projeto com o temor de que a revitalização do estádio possa prejudicar o pleito tricolor de gerir o Maracanã ao lado do Flamengo de maneira definitiva. Tal indefinição tem causado incômodo dentro do Laranjeiras XXI. Lafayette usa redes sociais para mostrar que jogos do Flu contra pequenos no Carioca vem levando públicos que poderiam ser comportados nas Laranjeiras. Isso também causa reação nos apoiadores do presidente.
— Agora dizem que somos politiqueiros, que queremos fazer pressão no presidente. Mas, em sete meses de gestão, só houve duas reuniões. Já estamos é perdendo as esperanças — disse Lafayette.
O projeto de reforma prevê resgatar padrões arquitetônicos originais do estádio. Na apresentação feita à imprensa, antes da última eleição, o grupo explicou que seria possível levar de 8 a 12 partidas da equipe principal com menor apelo de público, além dos jogos do time feminino e das categorias de base.