Angioni diz que rótulos criados a jogadores dificultam seu aproveitamento no mercado (Foto: Lucas Merçon/FFC)

Sem dinheiro para investir em atletas consolidados no mercado, o Fluminense usou e abusou das apostas em 2019. Algumas delas vingaram, como Caio Henrique, Allan e Nino. Outras, porém, como Kelvin, Ewandro, Léo Artur, Mateus Gonçalves e Brenner não deram certo. O diretor de futebol do Tricolor fez um balanço sobre este cenário.

– Foram muitas contratações porque cabiam ser muitas. Era difícil as pessoas entenderem como o Fluminense conseguiria montar um time porque muitos saíram no fim de 2018, até para o clube buscar receita. Não costumo dizer que foram erros. No momento que você tem necessidade de resultado – e uma aflição pelo resultado – muitas vezes não te dá o direito de dar sequência aos jogadores. E, talvez, a falta de sequência é que traduz este “erro”. Porque você não tem como manter um jogador que não está jogando bem por muito tempo. Mas isso faz parte do jogo. Tem que se saber conviver com isso. Em se acertando 50% já é bastante lucro. Quando você joga com aflição de vencer, vencer e vencer, você muitas vezes deixa de dar oportunidade de jogador que tem valor – disse e complementou:

 
 
 

– Você citou alguns que não tiveram sequência e que termina o ano e parece erro. Mas não sei se era um erro. Uns saíram porque não tiveram sequência. Você não pode admitir que um jogador que deixa o futebol brasileiro com 18 anos para a Europa, como é o caso do Ewandro, não tem valor. O cara da Europa, para contratar um jogador, o persegue em muitas competições até chegar à conclusão de contratá-lo, porque querem eliminar o mínimo de erro. Acho que faltou sequência a ele, como no caso do Brenner também. É um jogador dessa geração atual do São Paulo que primeiro ascendeu ao profissional. E por aí vai. Às vezes você erra porque o jogador não deu certo, mas às vezes é porque não tiveram sequência necessária para mostrar o valor dele. Ainda bem que acertamos em pelo menos 50%.