Nesta quinta-feira, o técnico Odair Hellmann foi apresentado oficialmente no Fluminense. Ao seu lado, o presidente Mário Bittencourt e o diretor de futebol Paulo Angioni aproveitaram a oportunidade para esclarecer outros assuntos do clube. Enquanto o mandatário atualizou as situações de mercado, como o andamento das renovações de contrato do Tricolor, o dirigente falou sobre o projeto de um time de aspirantes formado por atleta sub-23, explicando como isso funcionará.
– A finalidade de falar sobre a equipe que eu prefiro chamar de aspirante é olhar um pouco para o futebol no futuro. Um dos grandes problemas do futebol brasileiro é a transição. Está muito ruim há muitos anos. A maior resposta que posso dar para isso é a quantidade de jogadores de fora do Brasil que hoje está dentro do mercado brasileiro, porque não tem aqui. A maturação está muito precoce nos jogadores de base. Está se maturando jogador com 18 anos. O Flu ano que vem trabalhará com jogadores nascidos em 2001. Temos 13 jogadores nascidos entre 1999 e 2000 e que, teoricamente, não teriam nenhum espaço na equipe profissional. E ficariam à mercê de um mercado que não daria nenhuma condição para eles poderem crescer. E isso acontece em todos os clubes do Brasil. Alguns clubes já fazem esse trabalho, o próprio Internacional, o Bahia, há muito tempo, pois lá estive em 2011 e criamos esse modelo. O mercado tem uma escassez absurda. Você procura um lateral-esquerdo e, de repente, você olha e tem de buscar no Equador. Você procura um atacante e tem de buscar no Uruguai. Porque aqui não tem jogador. E não tem porque está se maturando muito cedo. Estamos tentando junto a colegas de trabalho com outros clubes estender um pouco o calendário para uma condição de competição sempre. E o ideal, para mim, e conversei com o Odair, é que ele trabalhasse só com 22 jogadores e não com 30, 32, 28. Por mais que ele seja um craque na relação humana e vencedor nessa convivência e o faz muito bem. Mas é muito difícil. Antigamente você relacionava 16 e haviam descontentes. Agora você relaciona 22 ou 23 e fica fora e é só problema. Só problema. Tem clube de ponta na Europa que trabalha com 19 jogadores só da equipe profissional e aproveita outros da equipe B. Fica melhor para administrar, rendimento de expectativa de jogador que você cria na base. Essa é a ideia. Temos 12 jogadores nessa idade de 19, 20 anos que estarão nesse grupo e três jogadores que ultrapassaram etapa, então já temos 15 e vamos incrementar outros que pela visão do nosso chefe de scout, Ricardo (Corrêa), está monitorando no futebol brasileiro para fazermos um grupo de 25 jogadores. Essa é a ideia e tomara que a gente consiga ter sucesso na prática – explicou.