Preso na manhã de quarta-feira por posse ilegal de arma de fogo, Jorge Rabello foi solto posteriormente após pagar fiança no valor de dez salários mínimos. O ex-chefe da comissão de arbitragem da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) é um dos investigados na operação Cartão Vermelho, que apura organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica em diferentes endereços relacionados à cúpula de arbitragem do futebol carioca.
Ao ser solto, o também ex-árbitro se defendeu e negou a existência de uma organização criminosa e enriquecimento ilícito por conta de suas atividades profissionais.
— Na verdade, isso é fruto de longos anos de denúncias. As denúncias não são de agora. Se a gente for buscar, a gente tem, em 2011, denúncias de manipulação de resultado do Carioca. Foram 63 denúncias, todas arquivadas. E foram respondidas, mas arquivadas – disse.
A operação do Núcleo de Investigação à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil executou 13 mandados de busca e apreensão na última quarta. Rabello teve seus sigilos bancário e fiscal quebrados, além de terem sido recolhidos documentos e aparelhos eletrônicos em sua residência, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Outros que tiveram os sigilos quebrados foram Messias José Pereira, ex-presidente da Cooperativa de Árbitros de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Coopaferj), e Sérgio Mantovani Cerqueira, ex-contador da entidade.
— Agora, teve essa denúncia em relação a desvios no sindicato, o que foi negado por mim evidentemente. E continuarei negando. Mas eu acho até bom porque a polícia vai procurar apurar a verdade dos fatos – afirmou Rabello.
No fim das contas, a prisão dele ocorreu em virtude da arma de fogo encontrada em sua casa sem registro. Aí ele reconheceu o deslize.
— Isso não tem como negar. Foi um vacilo. É uma arma legal, registrada. Mas não tenho a documentação, que está no meu nome – encerrou.