Metinho Silu é uma das promessas da base do Fluminense. O volante de 16 anos, refugiado do Congo, chegou a dizer não ao Vasco para realizar o sonho de defender o Tricolor. Sua chegada ao Brasil, porém, não foi nada fácil.
O pai, Abel, trouxe o garoto ainda bebê para o Brasil fugindo da perseguição religiosa no Congo, sua terra natal. O país não foi escolhido ao acaso. Ele era fã do futebol brasileiro e da seleção. Com pouco dinheiro no bolso, instalou-se na favela Cinco Bocas, em Brás de Pina, onde viu de perto a violência.
Na comunidade, com amigos, Metinho desenvolveu a paixão pelo Fluminense. No futsal do Madureira, começou a se destacar. O hoje volante tricolor recebeu um convite do Vasco e já tinha tudo certo, mas recuou em virtude do desejo de atuar pelo seu clube de coração.
— O Vasco que veio, me procurou, deu convite para levar ele no clube. E eu fui, preenchi uma ficha… Com ele junto. Quando voltamos pra casa, ele falou: ”Eu vou esperar até o Fluminense me chamar. Vou enfrentar eles e me destacar. Eu gosto muito do Fluminense” – lembrou o pai Abel.
— Eu queria jogar no Fluminense – resumiu o garoto.
E a chance acabou aparecendo. Num jogo contra o Tricolor, o Madureira chegou a abrir 3 a 0, com três gols de Metinho. Depois, o Fluminense virou, mas o objetivo do garoto já tinha sido realizado. Destacou-se frente ao clube de coração e conseguiu o convite para defender as três cores que traduzem tradição.
O próximo sonho de Metinho, destaque do sub-17 tricolor, já está traçado: jogar pela seleção brasileira.
— É um sonho sim jogar na seleção brasileira, vestir a amarelinha – falou.