João da Corneta: – Diniz, não jogue seu trabalho no lixo!

Oi, pessoal.

João da Corneta tem passagem pelo futebol alemão e português e é o tricolor que mais buzina no meu ouvido! 

 
 
 

Tanto, tanto, que precisei girar sua vuvuzela para que vocês também o ouçam.

Apaixonado torcedor do Fluminense, não tem uma partida, vencendo, empatando ou perdendo, que ele deixe de acionar seu panelaço na direção dos meus tímpanos. 

Normalmente, me irrita. A recíproca é verdadeira quando ele me vê culpar mais a arbitragem do que o técnico:

 ” – Muleta, pô! Vai doer se eu vir esse filho da “p***” demitido depois dele fazer o Fluminense jogar futebol! Mas ele (Diniz) está jogando um trabalho todo fora porque é teimoso, não quer evoluir. Temos que falar dos erros dele para ver se ele acorda.”

Com vocês, João da Corneta!

Crys: – Teve interferência da arbitragem em vários resultados negativos, sim.

João da Corneta:  – Todo mundo sabe que existe “má vontade” da arbitragem em relação ao Fluminense. Interferência direta eu só vi contra o Goiás. De resto, vi falta de categoria dos jogadores para finalizar e, principalmente, a falta de equilíbrio que o treinador dá. Perdeu para o São Paulo, Atlético-MG e quase para o Ceará, sem roubo.

Crys: – Como você avalia o Diniz no Fluminense?

João da Corneta: – Se a torcida tem alguma esperança esse ano, se deve a Paulo Angioni e, principalmente, ao Fernando Diniz. Se não fosse o seu gosto por quem sabe jogar futebol, teríamos Caio Henrique ou Léo Pelé? Igor Julião, jovem e barato, quebrando um galho ou Renato? Allan de primeiro volante ou Marlon Freitas e Mateus Norton? Ganso ou Marcos Júnior de meia? João Pedro ou João Carlos?  Então, é óbvio que se temos um elenco de qualidade hoje, devemos a Diniz. No início do ano, ele tinha jogadores mais limitados e o time tinha muito mais equilíbrio. O trabalho dele me dá esperança sim, vontade e alegria de ver o Fluminense jogar como time grande… e essa pontuação não tem justificativa.

Crys:  – Quais os principais erros?

João da Corneta: – O principal erro dele é não dar equilíbrio ao time. Um time com muito talento que entra podendo ganhar ou levar um pau por estar tão exposto. Outro erro é a insistência nessa saída de bola burra! Com Muriel, perdemos isso, mas ganhamos um goleiro. Diniz está trazendo jogadores de meio-campo para dentro da área praticamente para compensar a falta de qualidade do goleiro não saber usar os pés, atraindo o outro time pra cima da gente. É uma insistência burra e ineficiente. O Santos se posiciona para sair jogando com a linha defensiva trazendo o outro time, e quando não dá para sair jogando, adianta 2 jogadores de meio campo para pegar a segunda bola de frente e dá o chutão.

Crys: – Ainda acho que são erros pontuais e que têm outras questões que pesaram mais: goleiros de 5° categoria, a perda do Ferraz, aquela diretoria que não pagava salário e, principalmente, a arbitragem!

João da Corneta: – Estamos entre os últimos e não é pelo juiz. São erros do Diniz que precisam ser melhorados… Contra o São Paulo, ele ficou olhando o Cuca colocar o Everton e o Toró, 2 jogadores velozes para contra-atacar e só fez uma substituição quando tomou a virada. Quantas vezes ele preferiu tirar outro jogador para deixar aquele Luciano se arrastando em campo? Eu vi muitos jogos dele no Athletico-PR. Ele passou umas cinco partidas insistindo com Ribamar de centroavante e atuando com 3 zagueiros… Teimosia! 

Crys:  – Se pudesse, o que falaria para Diniz?

João da Corneta:  – Diniz, não deixe esse trabalho promissor ser jogado no lixo por teimosia. Dê equilibro a esse time. Pare de limitar o Caio Henrique na lateral… Um jogador veloz, inteligente,  passe bom, boa finalização de fora da área e com uma recuperação incrível, tem que jogar de volante ao lado de Allan. Dois centroavantes? NUNCA! Não deu certo em lugar nenhum e prejudicou a sequência do João Pedro. Isso para pôr um jogador (Pedro) lento, voltando de lesão, atrapalhando até a marcação pressão da equipe. Não coloque o jogador por compromisso… Nenê é um jogador perigoso próximo da área,  mas não existe um time com Ganso, Nenê e Daniel! Você me trouxe de volta o orgulho de ser Fluminense, o orgulho de ver meu time jogando como time grande, pensando grande. É hora de andar para frente, de você evoluir na prática e dar equilíbrio para esse time. Acredito em você até o final!

Crys: – Escale um time que daria esse equilíbrio para os próximos 5 decisivos jogos: CSA, Corinthians(Sula), Avaí, Corinthians(Sula), Fortaleza?  

Aqui vai o meu: Muriel, Gilberto, Nino, Yuri (consegue ir bem na zaga) e Digão (mais como zagueiro pela esquerda; sem passar do meio campo, até Mascarenhas conseguir ficar inteiro); Caio Henrique, Allan e Ganso. Nem pela direita e Yony, esquerda; João Pedro. 

João da Corneta: – Muriel, Gilberto, Nino, Digão, Mascarenhas (Igor Julião); Allan, Caio Henrique e Ganso. Yony, João Pedro e Marcos Paulo. Mesmo em condições, Pedro não seria meu titular. Wellington Nem iria entrando aos poucos para pegar ritmo, disputando a  titularidade com Marcos Paulo. E Nenê? Entrando no 2° tempo.

E a sua escalação, tricolor? Mande aí!

De resto, Caio Henrique no meio para tapar à buraqueira.

Ao equilíbrio, Diniz!

Reaja, Fluzão.