O Fluminense fez bonito enquanto pode na Copa Legends, realizada em Brasília. Eliminado da competição por ter escalado Thompson, que nunca atuou e nem foi formado na base do clube, o Tricolor perdeu a chance de disputar o título diante do Botafogo. Umas das principais peças da equipe verde, branca e grená no torneio de masters, o ex-atleta Roberto Brum fez inúmeras denúncias sobre a maneira, segundo ele desrespeitosa, com a qual o Tricolor foi tratado.
– Eu fui convidado para representar o Fluminense. Eu também estava representando minha família, filhos. E a gente gostou da forma como fomos recebidos, hospedagem boa, bom hotel, rever os amigos foi muito bom. Tive a experiência de marcar o Ronaldinho Gaúcho, com quem até brinquei no fim do jogo que iria pegar um fio de cabelo dele para poder estudá-lo, já que nas únicas duas vezes que o deixei livre, ele botou alguém na cara do gol. Agora, o que aconteceu de fato na nossa eliminação foi: fizemos um jogo contra o Gama e perdemos esse jogo por 2 a 0. Percebemos que tinham muitos atletas que não jogavam pelo clube. O rapaz que fez o gol pelo Gama deu uma entrevista dizendo que estava muito feliz de fazer suas primeiras partidas lá e fomos reivindicar isso. Daí, ofereceram outro jogo. A gente achou que os atletas não jogariam mais, mas atuaram novamente. Fizeram um novo jogo com o mesmo atleta que foi o motivo da anulação. Os organizadores anularam o jogo e autorizaram que o atleta jogasse de novo (risos). Aceitamos o jogo, fomos lá, empatamos e vencemos nos pênaltis. Passamos de fase e, mesmo com o elenco limitado, passamos pelo Atlético. Tivemos problemas com microlesões, contraturas e etc. Era jogo dia sim e dia não, inclusive o nosso último jogo foi seguido. Quando jogamos com o Vasco, sabíamos que o Recoba nunca tinha vestido a camisa do River e foi justamente ele que fez o gol que eliminou o Flamengo. Sabíamos também que o Ademar não tinha jogado no Corinthians e que outros atletas não atuavam nos clubes que estavam representando. Um rapaz que estava auxiliando a gente na parte física indicou um atleta que nunca tinha jogador pelo Fluminense e estava dentro da idade, já que o regulamento não dizia nada. Então, o Fluminense se reforçou para jogar a semifinal contra o Vasco, assim como outros clubes vinham fazendo – contou Brum ao NETFLU, que continuou:
– A gente não é louco: não iríamos correr à toa, botando um menino sabendo que a gente poderia perder os pontos. O rapaz jogou. No intervalo do jogo, a gente estava dando um chocolate, poderia ter sido três ou quatro diante do Vasco… criou a expectativa de ganharmos mais um título pelo Fluminense. Teve gente que faltou o culto para ver o pastor jogar e eu sou pastor da igreja (risos). O pessoal torcendo com orgulho, funcionários da minha empresa felizes, estávamos bem envolvidos. Quando acabou o primeiro tempo, o Vasco viu que não iria virar o jogo e não quis voltar ao campo. Daí, o Vasco volta, nos esforçamos para ganhar o jogo e, logo no final, já foi avisado que nós perderíamos. Ou seja, não tiveram o bom senso que nós tivemos com o Gama e mudaram a final da competição. Com o Fluminense não permitiram que o clube jogasse de novo e com o atleta. Alegaram que tinha uma ata feita internamente, com uma pessoa representando o Flu, mas nessa ata não tinha assinatura de nenhum atleta do nosso time. Sabe, esse time foi montado na amizade, um jogador vai ligando para outro. A gente foi no amor pelo esporte, pela consideração. Fomos pela motivação de dar um título para o Fluminense e encaramos tudo com muita seriedade. Tivemos lá o Claudio que ajudou a gente, a hospedagem e a passagem foi paga pelos organizadores. Então, o único valor que teríamos era o título e tinha um prêmio lá que daria uns 2 mil reais para cada jogador, caso fôssemos campeões. Nos sentimentos desrespeitados porque foi um peso e duas medidas na competição. Fizeram essa ata e continuaram permitindo que o Recoba jogasse e desclassificasse o Flamengo depois da ata ser feita. Então, de boa-fé, chamamos o Thompson para ajudar a gente nessa posição onde estávamos com carência. A comissão organizadora alegou que o Gama não pode ser prejudicado porque tinha que ter espírito esportivo, mas não fizeram isso quando ocorreu no Fluminense. Falou que o Mário (presidente do Fluminense) tinha ligado, reivindicado a situação em nosso favor. Queria agradecer o presidente por ter feito esse esforço.
Ainda reclamando da situação, o ex-jogador Roberto Brum espera que o projeto de time de masters do Fluminense continue, já prevendo bons frutos.
– Eu me senti usado porque nós fomos sensíveis, pensamos no torcedor, no Vasco, em outras pessoas que estavam lá ajudando para que tudo acontecesse. Tinham pessoas que estavam jogando pelo Botafogo e que estavam na organização do evento, por isso não houve oportunidade do Flu recorrer, na minha opinião. Todos diziam que o nosso time havia encaixado, que era o favorito. A gente tinha probabilidade muito grande de sermos campeões. Não quisemos pegar os pontos do Gama. Como ex-jogador do Flu e torcedor do Flu, acho que faltou diálogo. Jogamos por amor ao Fluminense, representamos o clube com dignidade e isso tem que ser destacado. Se derem continuidade, manter essa base da equipe de masters, vamos ganhar bastante título para o Flu e daremos muitas alegrias para o torcedor – concluiu.