Os sistemas são foda

Antes da bola rolar eu recebi no twitter aqueles quadrinhos com as escalações.

A do Cruzeiro contava com os titulares e reservas. Cravo sem medo de errar: a equipe inteiramente reserva deles é melhor, mais cara e mais experiente que nosso 11 titular. A diferença de possibilidades é gritante. Os caras têm um goleiraço, o melhor zagueiro do Brasil, um meia ultra decisivo, um atacante consagrado e bons jogadores em todas as posições.

 
 
 

O Fluminense, ao contrário, tem um elenco enxuto, com reposições que não seguram o nível, impossibilidade de rodar os jogadores sem criar riscos enormes, um descomando fora das quatro linhas que chega a ridicularizar o clube e salários e mais salários atrasados.

Esses dois times se enfrentaram por quase 300 minutos. Se o futebol fosse boxe e a luta terminasse por pontos a decisão seria unânime a nosso favor.

Mas não é. No ringue não tem arbitragem, não tem VAR, não tem sistema. No futebol tem.

Eu não tenho o menor pudor de atribuir a desclassificação do Fluminense ao tal sistema mencionado pelo Ganso. E não tenho a menor dúvida de que vai ter um caminhão de gente discordando. Faz parte. Segue o jogo.

O Fluminense foi descaradamente roubado na noite de ontem. Ao final do jogo eu não tive essa sensação. Ou, se tive, tentei não colocar na conta da sacanagem. Mas cheguei em casa, comi um sanduiche de mortadela já na madrugada, e revi os lances. Pilantragem. E agora com o VAR  a pilantragem sofisticou, foi facilitada. O lance segue ou não segue a critério do juiz e haverá sempre um pezinho “do jogo”  no calcanhar de alguém para arrumar o resultado amigo se for preciso.

Ontem foi. E tem sido assim sistematicamente contra o Fluminense. Jogo sim jogo também. Fim de semana teremos mais.

E sabem o porquê? Porque o Fluminense no Brasileiro é o Olaria no Carioca. A verdade é que não nos respeitam.

A outra verdade é que não nos fazemos respeitar.

Horcades era um banana, Peter era um banana de voz fina e Abad dispensa adjetivos.

O sistema é perverso para quem não se posiciona, não busca o equilíbrio de forças, não fala grosso, não se impõe.

O Fluminense é tratado como um clube menor fora de campo. Ou alguém duvida?

Mas há outro sistema. O tático, o do jogo, o da bola.

Diniz está fazendo um trabalho muito bom. E sei que de novo aparecerão os que trarão o pragmatismo dos números. Ok. Fiquem com eles. Eu não. Alimento-me do intangível e tenho muita esperança.

O elenco é fraco, oras. A diretoria libera todo mundo, não paga ninguém. O Fluminense vive num clima constante de bundalelê.

E o Diniz lá… Fazendo os jogadores acreditarem na proposta.

Toca, sai, recebe, intensidade, marca alto, bola no chão, controle.

O sistema é foda. E vai se materializar em conquistas se o tempo jogar a favor.

Como assistir a um jogo de ontem e não projetar a conquista da Sulamericana? Será que eu estou louco? Que fui abduzido por um delírio metafísico qualquer?

Podemos, sim. Estamos semeando um futebol que pode funcionar muito mais do que o que nos acostumamos a ver.

Eu realmente acredito. Adeus Copa do Brasil! Que venha a Sulamericana! Já comprei passagens para Montevideu, inclusive. Esse time vale o esforço. Estão correndo, brigando e jogando bola.

Ponto.

Parágrafo.

O sistema é foda.

Mas podemos nos defender. Porque somos o Fluminense e somos grandes para cacete, a despeito dessa odiosa direção que está saindo pela porta dos fundos.

O sistema é foda.

E seria uma burrice absurda abrir mão do futebol que está começando a maturar.

Desanimem não, amigos. Coisas boas virão!

De preferência – PQP! – sem disputa de pênaltis.

Abraços tricolores

CURTA

– Sócio, vote! Leia as propostas dos candidatos e vote. Escolha quem lhe pareça melhor para conduzir o clube nesse período pós apocalíptico. Não se omita. Não há mais margem para erro.

– Como sempre faço em todas as eleições, não uso o espaço da coluna para me posicionar politicamente porque entendo que o papel da Flupress não é esse. Mas, da mesma forma, como faço sempre, declaro meu voto nas redes sociais e visto a camisa de meu candidato no dia da votação. Também foi e será  assim neste ano.