(Foto: Lucas Merçon/FFC)

Em entrevista ao portal Globoesporte, três ex-dirigentes do Fluminense que pediram demissão do clube na gestão Abad, falaram sobre os problemas no clube. Cacá Cardoso (ex-vice geral), Miguel Pachá (ex-vice-jurídico) e Diogo Bueno (ex-vice de finanças) quebraram o silêncio. Bueno comentou sobre a não concretização de um fundo de investimento que prometia aliviar um pouco a crise financeira que assola o Tricolor.

– A gente fez uma conta de que o Fluminense teria até 2024, nos termos atuais e continuando na Série A, que receber algo perto de R$ 600 milhões em direitos de transmissão, entre Carioca, Brasileiro e pay per view. Iríamos usar um pequeno percentual disso, algo em torno de 10%, para melhorar o caixa e reduzir dívida. Isso faz parte de qualquer gestão financeira – disse ele, explicando também para que fins a medida foi pensada:

 
 
 

– Primeiro para reduzir dívida trabalhista. A gente queria pagar todo o Ato, isso seria uma demonstração importante. Segundo, gerar liquidez para eventuais contingencias e negociações que teriam de ser feitas. As rescisões feitas de forma correta já ajudariam, afinal, reduziriam o valor pago mensalmente. E, com dinheiro novo, no caso vindo do FI, posso usar o dinheiro novo e analisar qual a dívida mais cara. Assim, poderia reduzir o montante a ser pago ao oferecer o valor à vista em troca de redução. Ela ajudaria nas rescisões, mas não era fundamental. Iria ajudar em outras situações do clube. Iríamos captar R$ 40 milhões. A garantia de pagamento era o contrato da TV. Faríamos pagamentos mensais, com uma carência. Ao longo de 2018, não se pagaria. E começaria a pagar em 2019. Pois seria o tempo para arrumar a casa. A Ferj autorizou pois o valor do Carioca passa por ela, mas o presidente não autorizou – explicou ele.

Em seguida, Diogo Bueno também abriu o jogo sobre o motivo do mandatário Pedro Abad não ter autorizado:

– O motivo alegado foi que os juros eram altos. Agora, ao ver o balanço, em uma operação parecida com o BMG, os juros cobrados são de 1,85%. Ao que tudo indica, foi uma operação com a mesma lógica. Pegou um dinheiro mais caro, sete a oito meses depois, deixando de honrar os contratos. Olha o tamanho do prejuízo por não tomar decisão! O que aconteceu foi uma catástrofe. Não pegar o dinheiro em janeiro e pegar agora mais caro não tem explicação alguma – finalizou ele.