Antes mesmo da mudança de comando do Fluminense, muitas peças importantes vão deixando o tabuleiro do clube. A bola da vez foi o gerente de futebol da base, Marcel Giannecchini, que se desligou há pouco menos de um mês e virou empresário. Responsável pela parte burocrática dos processos e projetos de Xerém, além de ser um executivo no sentido de fazer “as coisas acontecerem”, ele conseguiu, dentre outras coisas, tornar real o amistoso do Fluminense contra a Itália, do qual se orgulha. Representante de uma empresa uruguaia, ele já captou um zagueiro do sub-17 do Tricolor para o seu novo empregador.
Em entrevista exclusiva ao NETFLU, Giannecchini explicou o motivo pelo qual optou por sair do Fluminense, após ficar sete anos na base, destacando que não vê nenhuma estranheza em já ter um jogador das categorias inferiores como seu cliente.
– Saí do clube por conta de uma oportunidade profissional como vários outros fizeram. O Fluminense vive hoje um situação de transição política e obviamente o clube passa por transformações. Como eu já tinha sete anos de casa, fui experimentar outros ares. Quando o Abad decidiu antecipar as eleições, eu corria risco de perder emprego. Então, comecei a me mexer. E aconteceu de um grupo de uruguaios abrir uma empresa nova. Fiz o caminho que tanto outros já fizeram, como por exemplo Marcel Fischel, que saiu do clube e virou agente de jogador; Miguel, que era scout da base, saiu e foi trabalhar na Traffic e hoje toma conta do Vitinho, que joga no Flamengo; o Fernando Gonçalves saiu para trabalhar como empresário também; Tem ainda o Alexey Dantas, ex-dirigente do clube e advoga para jogadores e empresários – destacou.
Avesso à imprensa, um dos grandes feitos de Marcel na base foi a implementação do Centro de Inteligência de Xerém, facilitando o armazenamento da base de dados de jovens jogadores estatísticas de treinos e jogos, observação de atletas, adversários, bem como a análise de desempenho.
Dos mais de 300 jogadores das categorias inferiores do clube tantas vezes campeão, Giannecchine captou apenas um até o momento, como ele fez questão de frisar ao NETFLU. Ex-treinador de tênis do clube, ele abandonou a área para se lançar ao futebol no início da década. Segundo Marcel, ele fez estágio não remunerado por quatro meses no Fluminense até ser admitido, sendo inclusive funcionário de Fernando Simone, quando o atual CEO comandava a base tricolor.
Vivendo apenas com a mãe no país, Marcel Giannecchine aproveitou ainda para negar os rumores de que teria parentesco com Léo Percovich, uruguaio que chegou para comandar o sub-20 e, atualmente, é auxiliar técnico de Fernando Diniz. De acordo com ele, sua proximidade com Léo é apenas no campo da amizade.
– Minha família é estrangeira, por isso que falam que eu sou parente do Percovich, mas ele não é meu primo. Léo tem um currículo UEFA, foi jogador do clube, treinador na Premiere League. Que bom que consegui convencê-lo a vir para o Fluminense – destacou.
Vale lembrar que o trabalho em Xerém é separado por vários setores. Homem forte da base tricolor, o diretor esportivo da base, Marcelo Teixeira, administra os seguintes departamentos, com o auxílio de respectivos profissionais da área:
Parte técnica (Marcelo Veiga);
Parte administrativa (Jodi);
Parte metodológica (Guilherme);
Parte burocrática (Edgard Maba);
Parte Médica (Azizi);
Parte física/cientifica (Carol), que responde ao Azizi;
Parte de captação (Carlos Cintra);
Parte psicológica e social (Emily e Lucilene);
Parte escolas oficiais (Cassio e André Medeiros);
Parte futsal (Ivanzinho).
Por fim, Marcelo Teixeira responde aos diretores não remunerados Thiago Mangaba, Paulo Behring e Julio Domingos. Estes três, reportam tudo ao vice de futebol, Fabiano Camargo, que encaminha as principais demandas para o presidente Pedro Abad.