Peter, Pedro Abad e todos os seus apoiadores destruíram o Fluminense.
O Fluminense não tem dinheiro, não paga salário em dia, não possui credibilidade no mercado, precisa urgentemente vender os poucos (e são muito poucos em relação à quantidade de negócios que são feitos) jogadores bons que vêm da base, não teve a capacidade de arrumar um patrocínio master decente pós Unimed e nem uma empresa de material esportivo confiável depois da Adidas.
O Fluminense recentemente cometeu erros gerenciais tão crassos que demandam inclusive investigação. Patrocínios que deram calote, mas geraram pagamento de comissões, perda do Scarpa, dispensa de jogadores via aplicativo aumentando o passivo trabalhista, revelia do clube no processo com o Levir Culpi, só para citar alguns.
A situação do clube é pré falimentar.
O Fluminense não está jogando a série B hoje porque o América perdeu um pênalti.
O Fluminense foi humilhado pelo Athletico, clube de orçamento bem próximo, numa semifinal de Sul-Americana.
Temos uma gestão sem modelos, sem governança, sem ideias, sem metas e cujo único projeto era vencer as eleições no Fluminense.
É nesse cenário que Paulo Angioni e Fernando Diniz trabalham.
O momento exige de nós, torcedores, o mínimo de responsabilidade.
Não sei afirmar, ainda, se o trabalho é bom ou ruim. Acho que o tempo necessário para uma avaliação deve ser maior.
Eu apoio, como já disse várias vezes, a ideia de jogo do Diniz. Isso não significa que concordo com todas as suas escolhas.
Amigos, o Fluminense na gestão Abad não havia ganho nem um jogo do Flamengo com seus titulares. Ganhou o primeiro esse ano.
O Fluminense fez três jogos com os caras muito duros. Uma vitória, um empate e uma derrota e tanto a vitória quanto a derrota foram nos minutos finais dos jogos. A gente está falando de um time que vai brigar por Brasileiro, Libertadores e tudo o que disputar. De um time que tem no banco Vitinho e Arrascaeta.
A diferença é muito grande. E ela foi ficando mais evidente a partir do momento em que os times foram se enfrentando.
No primeiro Fla-Flu (vitória nossa) a gente jogou mais que eles, até pela postura do Flamengo, muito passiva. 62% de posse, 423 passes certos, 9 finalizações, em todos esses quesitos fomos melhores.
No segundo, o Abel deu uma entrevista afirmando que pressionaria mais o Fluminense. Dito e feito. O Flu, mesmo com um jogador a mais por metade do tempo, sofreu. Até teve mais posse (a expulsão facilitou). Mas nesse jogo o Flu só finalizou 5 vezes, contra 11 do Fla, a quantidade de passes certos caiu pra 403 e os caras tiraram a bola da gente (desarmes + interceptações) 22 vezes, contra apenas 13 do Flu. Acharam a fórmula.
Fórmula que se consolidou no jogo de ontem, com o agravante de o Flu ter jogado desfalcado de Airton e Ganso. O empate não diz o que foi o jogo. O Flamengo foi bem melhor que o Fluminense no primeiro tempo e mesmo com um segundo tempo mais equilibrado ainda assim mereceu a vaga, que veio numa falha do Rodolfo.
Porque o Fluminense tem o Rodolfo e eles o Diego Alves. O Fla tem Cuellar, Arão, Diego, Everton Ribeiro (como joga esse cara!), Bruno Henrique, Gabriel, Vitinho e Arrascaeta. O Flu tinha Dodi, Bruno Silva, Allan, Danielzinho, Luciano, Everaldo e Yony. É difícil.
O jogo termina com 52,5% de posse do Fla, o Flu só consegue acertar 299 passes (menor número disparado), o Flamengo finaliza o dobro de vezes e rouba 20 bolas contra apenas 12 do Flu. 28% da posse do Fla é no terço final do campo, a nossa posse no terço final é 17%.
O bom é que o Fluminense não vai jogar contra adversários com um elenco desse o ano todo. O ruim é que quando não conseguiu impor o modelo, não havia outra alternativa.
Não acho que hoje a gente tenha motivos pra reprovar o trabalho do Angioni e do Diniz e sim fazer algumas críticas pontuais em relação a algumas decisões que foram tomadas.
Vamos lá:
– Diniz rodou muito pouco esse elenco. Fez poucos testes e o Fluminense entra no Brasileiro sem saber se pode contar com boa parte dos jogadores. Jogadores como Luiz Fernando e Caio sequer receberam oportunidades que foram dadas a outros que em momento algum convenceram.
– Há jogadores que não renderam apesar das muitas oportunidades. Bruno Silva, Danielzinho, Dodi, Calazans. No Campeonato Brasileiro se esses jogadores forem a reposição dos que machucarem o Fluminense vai sofrer. E Bruno Silva, titular, não possui condição técnica de jogar no meio campo. Um erro de avaliação sua troca pelo Jadson.
– Diniz não possui zagueiros que tenham capacidade de carregar a bola pro ataque. Ferraz foi o único aprovado. Pensar nesse modelo com Nino, Frazan, Paulo Ricardo é suicídio. Bruno Silva poderia ser testado ali como zagueiro pela direita e não foi.
– No meio campo Dodi, Daniel e Allan são muito leves, não possuem nenhuma capacidade de controlar jogo, não possuem imposição física, não entram na área. Allan, que dizem ter sido elogiado pelo Klopp, tem os mesmo 1,72m do Keita, titular do Klopp, que liberou o Allan. Olhem o Keita jogando e comparem com esses três citados.
– Os goleiros do Botafogo são o Gatito e o Cavalieri. Os do Fluminense, Rodolfo e Agenor. Não dá.
– Diniz nunca escalou o Luciano no lugar do Ganso com Everaldo e Mateus Gonçalves pelos lados. Seria um bom teste, uma vez que o Daniel naquela função tem muita dificuldade.
– Gilberto é um jogador de força. Se for obrigado a sair com a bola pressionado junto com o Bruno Silva pela direita o Fluminense vai entregar todas. Nino, Gilberto e Bruno no triângulo de saída, nenhum deles sabe jogar assim ainda. Precisarão de tempo, algo raro no futebol atual.
– Diniz precisa encontrar saídas nas vezes em que é muito pressionado. Não encontrou ainda.
– O Fluminense precisa aprender a invadir as linhas adversárias, o time ainda toca muito de lado e quando perde a bola, em vez de atacar a perda, o time recua. Muitos gols de times que utilizam esse modelo nascem do perde-pressiona, que desorganiza o sistema defensivo adversário.
Diniz achou um jeito de jogar, não se dobra a nenhum adversário. O Fluminense joga com coragem, gosta da bola, conseguiu achar um Caio pela lateral muito útil e suas ideias são apoiadas pela maioria dos tricolores. Os resultados, se não foram os ideais, também não foram uma catástrofe.
O Fluminense tem uma decisão terça-feira. Passou de fase na Sula e precisa passar de fase na Copa do Brasil também. Cair terça seria um desastre. Importante que a gestão de futebol coloque na cabeça dos caras a importância desse jogo.
Ganhar do Luverdense terça, “mini pré-temporada”, muito trabalho e algumas contratações pra formar um elenco mais confiável, algo que hoje o Flu está longe de ter.
Tabelinha
– Gilberto e Diniz – A briga começa numa bola dominada pelo Gilberto que foi pro meio campo. Gilberto, sozinho, tenta um lançamento e a bola cai no pé do Flamengo. Diniz reclama e Gilberto responde: Eu que tô jogando c…. Erro duplo: a burrice do Gilberto de lançar aquela bola e a do Diniz de achar que o Gilberto pode jogar no meio.
– Se a completa renovação dos quadros políticos é, por enquanto, impossível, que pelo menos saiam esses que se apossaram do Fluminense sem dar nenhum tipo de retorno. É hora de marcar as eleições. E quem ganhar que torne o sócio futebol apto a votar, ser votado, participar do conselho e formar chapas. Há um medo dos feudos do clube que isso aconteça. Mas é isso que pode libertar o Fluminense de vez dessa gente.