Quinta opção para a zaga do Corinthians, Léo Santos acertou com o Fluminense por empréstimo até o fim do ano. O Tricolor não pagará nada para contar com o defensor e o salário será de responsabilidade integral do Alvinegro. Mas porque o clube paulista não o utilizava? Por qual motivo era a última opção para o setor? O NETFLU foi atrás de quem conhece o jogador de perto. Em contato com os jornalistas do Meu Timão, maior site de notícias especializado do Corinthians, eles opinaram sobre Léo Santos. Confira abaixo:
Vinícius Souza, jornalista e repórter do Meu Timão
– Léo Santos é um jogador muito promissor, talvez um dos mais promissores formados pelo Corinthians nos últimos anos. Chegou ao clube muito novo, com dez anos de idade, e foi crescendo lá dentro. Tem passagens por seleções de base, inclusive foi campeão mundial sub-17. A qualidade técnica dele é indiscutível, é um zagueiro que pode fazer outras funções além de defender. O que falta é um pouco mais de maturidade, entender a partida, saber o momento certo de jogar bonito, de dar um passe difícil, e de jogar feio. A falha dele na final da Copa do Brasil de 2018 é o exemplo perfeito, ele tenta evitar que a bola se perca pela linha lateral, é desarmado, a jogada segue e termina em gol do Robinho. É um cara que o Corinthians acredita, aposta num poder de venda, já recebeu propostas, desperta interesse de clubes do exterior, a gente ouve falar de Barcelona, de Real Madrid. Mas é um bom momento para ele sair, respirar novos ares, ganhar sequência em outra equipe, uma equipe que se encaixa no futebol dele, e vice-versa. É uma boa aposta do Fluminense, principalmente não precisando gastar com aquisição de direitos econômicos e salários. Léo Santos deixa o Corinthians com 41 jogos e até um gol como profissional.
Rodrigo Vessoni, setorista do Corinthians desde 2006 e jornalista do Meu Timão
– Um Shaquille O´Neal que arremessa da linha dos três pontos. Quando jogava na NBA, Shaquille O´Neal pesava 147kg, distribuídos em 2,16m. É considerado um dos maiores pivôs da história da liga americana de basquete. Dentro do garrafão era o rei. Ele nunca se atrevia fazer além do seu. Cesta da linha dos três pontos? Nem pensar… Pois bem. Exatamente o que Léo Santos não curte é fazer o seu, fazer o simples. Ser zagueiro não faz muito o seu perfil. “Zagueirar” não faz parte do seu vocabulário futebolístico. E deixa o Corinthians por empréstimo exatamente porque Carille não aceita que seus zagueiros não sejam… Zagueiros. Léo não acha que joga mais do que realmente joga. Ele tem certeza. Isso é perigoso. Mas foi isso que o trouxe até os profissionais como um dos destaques da base. É difícil que mude. Nem o erro numa decisão de Copa do Brasil, dentro de casa, num jogo que valia R$ 50 milhões, parece ter sido suficiente. Léo Santos tem talento, joga muita bola. A chance de se enquadrar no esquema de Fernando Diniz é enorme, já que o treinador assume a responsabilidade por qualquer bobagem feita atrás. Bancar seu jeito é mais do que virtude, é necessário. O torcedor do Fluminense entenderá o que estou dizendo acima.
Andrew Sousa, jornalista do Meu Timão
– O Léo Santos é um zagueiro muito técnico, sempre gostei bastante do passe dele, do domínio, tanto que já jogou de lateral e de volante. Muitos gostaram dele atuando como volante, é um zagueiro de velocidade razoável, acima do normal, acima das opções que temos hoje, como Manoel, Henrique – vocês o conhecem bem aí no Fluminense. O que falta para ele é justamente a experiência. Carille justificou o empréstimo em cima disso, e acredito que grande parte das falhas acontece pela falta de cancha, de experiência no profissional. Acredito que precisa de quilometragem, é um zagueiro que sempre foi promissor, desperta interesse de gigantes desde a base. Acredito que o Carille poderia ter dado mais espaço, mas ele não é de apostar em jovens, prefere jogadores com mais experiência. Um empréstimo para o Léo pode ser bom. Em capacidade, deve ser o melhor do atual elenco. Falta cancha.