Em primeiro lugar, quero desejar aos amigos (com um pouco de atraso, mas ainda em tempo) um feliz 2019. Sei que, em se tratando de futebol, as perspectivas não são das mais animadoras, mas é preciso acreditar. Confesso que estou um pouco menos desanimado do que terminei o ano passado. Muito mais pelos que saíram do que pelos recém-chegados, é claro. Eu abominava o time de 2018. Recheado de jogadores que pensavam jogar muito mais do que jogam. Time apático, ruim e conformado, como as últimas diretorias.
A virada do ano trouxe, ao menos, o viço de apostas diferentes. A começar por Fernando Diniz. É um alento ver a sua inquietação diante dos espetáculos medíocres e pasteurizados que os times oferecem aos torcedores atualmente. Os times fracos e também os mais fortes. É claro que, mesmo em campeonatos nivelados por baixo, como os nossos, uma equipe acabará sendo campeã e receberá menos críticas do que os perdedores. A parte da imprensa que adora um oba-oba se derramará em elogios.
Basta um olhar um pouco mais criterioso, no entanto, para perceber o quão distantes andamos daquilo que costumamos chamar de futebol. Temos jogos e campeonatos equilibrados, temos resultados surpreendentes, mas é cada vez mais raro vermos um duelo entre equipes que entram em campo determinadas a vencer pelo maior número possível de gols. A moda é jogar no erro do adversário.
Diniz tem se esforçado para encontrar um caminho diferente, embora nem sempre possa contar com jogadores e dirigentes dispostos a sair da zona de conforto. Porque isso significa quase sempre trabalhar mais. É bem mais difícil elaborar jogadas e treina-las exaustivamente do que entregar a bola para o adversário e jogar entrincheirado, defendendo-se e esperando a chance de fazer 1 a 0 e ganhar três pontos. Como a grande maioria dos “professores” é adepta dessa estratégia, as vitórias são bastante comuns. Na mesma proporção em que a essência do futebol definha. Mas, como dizem técnicos, jogadores, cartolas e jornalistas preguiçosos, “o importante é conquistar os três pontos”. É uma teoria que combina perfeitamente, por exemplo, com aqueles jogadores que chegam para treinar pensando apenas na hora de voltar para casa.
Por isso torço tanto por Fernando Diniz. O sucesso de profissionais como ele pode tirar o futebol brasileiro da mesmice.
Não consigo esperar muito de contratações como Agenor e Matheus Ferraz. Mas não sei o que esperar de Yony Gonález, Matheus Gonçalves, Bruno Silva, Ezequiel, Caio Henrique e Luis Felipe, o que, nas circunstâncias, nem é tão ruim. Tenho muitas dúvidas a respeito de Ganso e, principalmente, Nenê. Um time limitado, para ter alguma possibilidade de sucesso, precisa jogar sempre no limite e esta não é uma característica deles. Achar que os novatos estarão dispostos a correr um pouco mais para que eles (ou um deles) desfilem seu talento nas passarelas parece um tanto utópico. Grife, neste momento não é a prioridade. Se garimparem direitinho, encontrarão, aqui mesmo na América do Sul, meias mais baratos e certamente mais motivados com o desafio de vestir a camisa do Fluminense. Para Nenê e Ganso, convenhamos, isso não fará grande diferença.