Certamente vai faltar coisa:
– Calote antológico da Valle Express, uma empresa minúscula com sede em Barbacena, que durante meses estampou sua marca na camisa do clube, pagando com cheques pré datados, jamais compensados.
– Milhões anuais usados no projeto Samorin que não revelou qualquer jogador relevante, nem viabilizou qualquer negócio ao menos razoável para o clube.
– Cotas de TV antecipadas a perder de vista, tirando qualquer chance de oxigenação nas finanças.
– Aumento exponencial do passivo trabalhista com inúmeros processos fora do ato e recorrência de penhoras diretas.
– Ausência de patrocinador master de qualidade há anos, associada à venda de espaço de nossa camisa em troca de permutas insignificantes.
– Uso da camisa do time de futebol para patrocinio que é revertido ao Vôlei do clube (TIM).
– Papel de absoluto coadjuvante no assunto Maracanã. Clube não se posiciona, não negocia e é sistematicamente humilhado pelo consórcio.
– Desconexão completa com a arquibancada, organizadas e tricolores das redes sociais.
– Lamentável exposição do clube no episódio da prisão de funcionários e depoimentos do presidente à polícia em razão da questão do ingressos (Operação Limpidus).
– Eminente perda de 4 milhões de reais no episódio Diego Souza sem qualquer penalização ao funcionário Marcelo Teixeira.
– Trapalhada sem precedentes no caso Gustavo Scarpa, à época o jogador mais valioso do elenco e que saiu quase de graça, achincalhando o clube.
– Promessas da base vendidas sem sequer botarem os pés nos profissionais para pagamento de salário do elenco profissional.
– Sistemático achincalhamento da imprensa ao clube e consequente ambiente inviável para que sejamos atrativos no mercado.
– Manutenção do modelo Peter, com índice de PJs nas alturas, alguns com salários absolutamente incompatíveis com a entrega.
– Calote generalizado em empresários de jogadores que recomendam a seus clientes que não joguem no clube.
– Déficit orçamentário consistente, crescente e impagável.
– Time principal de série B que acumulou recorde histórico de falta de gols.
– Atrasos recorrentes de salários que quase levaram a equipe ao rebaixamento.
– 30 milhões – de novo, 30 MILHÕES! – jogados no ralo em razão da dispensa abilolada dos principais jogadores no início do ano, quase todos com mercado.
– Único clube da série A que não apresentou treinador e não contratou sequer um jogador para a próxima temporada.
Aí a gente lê um resumão desses, feito sem qualquer pesquisa, e fica se perguntando o porquê de Pedro Abad querer continuar no clube. Sim, porque tirando ele e seu pequeno séquito de seguidores eu não conheço um – unzinho sequer – tricolor que queira a manutenção desse senhor presidindo o Fluminense.
Assim como Peter, Abad jamais voltará a frequentar uma arquibancada do Fluminense. A diferença é que Peter jamais frequentou antes de ser presidente e está se lixando para o que acontecesse com a gente. Na semi contra o Atlético-PR foi visto numa festa de um evento qualquer dançando ao som de alguma banda mais ou menos enquanto o torcedor sangrava no Maracanã.
Mas o Abad, não. Pô… O cara ia aos jogos, comia seu cachorro quente como qualquer um de nós, reclamava do time como qualquer um de nós, comemorava vitória como a gente.
Mas ó… Acabou. Game over. Nunca vi um presidente ser tão odiado como ele. Será expelido pela torcida. Repito: nunca mais pisa numa arquibancada sem ser achincalhado.
A pergunta que sempre me faço é: por que insistir em algo que já fracassou e que não terá a menor chance de ser remendado até o final do ano? Eu não sei responder. Tem gente que teoriza, mas eu não me arrisco. Realmente não sei.
O que sei é que se na torcida não existe uma única alma que simpatize com Abad e seus Flusócios, no clube essa verdade não é bem assim.
Nosso conselho deliberativo é reflexo da bagunça política do Fluminense. É seu desaguadouro. Tem muito tricolor ali que sofre como a gente, mas tem muito sujeito que não está nem aí pro que é certo ou errado.
Para vocês terem uma ideia, a galera do “esportes olímpicos” controla cerca de 800 votos no clube. É coisa pra cacete. Pegam lá uma porção de sócio atleta, sócio disso e daquilo e enfileiram todo mundo pra votar em chapa. É uma espécie de PMDB, estão SEMPRE com o lado que governa.
Só que esses caras estão se lixando pro futebol. Querem seus feudos, querem ver as coisas do tênis, do Vôlei, do Tiro, do futebol de botão. Muitos estão ali com parentes com algum carguinho no clube e dizem abertamente que mais importante que o futebol é a sede social. A nota oficial que essa turma soltou recentemente dá dimensão do total descolamento da realidade: com o futebol agonizando, como tudo isso aí que foi colocado lá em cima, os caras reclamam dos azulejos da piscina. É OU NÃO É UMA LOUCURA?
Estou falando dessa galera porque é ela que provavelmente será o fiel da balança na votação do impeachment desta quinta-feira. Conversas de bastidores dão conta de que a estratégia é o absenteísmo para que não exista quórum para votar a saída de Pedro Abad. Em resumo: uma manobra rasteira, vergonhosa, de política de quinta categoria.
Fico imaginando quantos tricolores não gostariam de estar no lugar do conselheiro fujão… Quantos não gostariam de ir à Tribuna para dizer as verdades que precisam ser ditas…
Mas talvez os caras não compareçam. Como eventualmente não se comparece, sei lá, a um almoço de amigos.
Que honrem as calças que vestem. E que se posicionem. Contra ou a favor – isso é do jogo. O fundamental é que um clube com a grandeza do nosso seja RESPEITADO pelos conselheiros ELEITOS com o voto de sócios e torcedores. O mínimo que esperamos desse pessoal é que se posicionem abertamente. Não é direito. É DEVER. Do contrário, se essa covardia, essa fuga em massa da responsabilidade se materializar, teremos encontrado finalmente os tais ratos mencionados lá atrás pelo Muricy.
Meus amigos, a votação de amanhã será determinante. O futebol atual não permite tantos erros assim. Mais um ano com Abad e passaremos do ponto do qual não há mais chance de retorno.
Abad e Flusócio já estão mortos. Resta saber se conseguirão levar o Fluminense com eles.
CURTAS
– Ainda não consegui concluir porque Abad ajuizou ação para evitar a sessão de amanhã. Teve que ajuizar também em face do Clube. Isso é muito triste. Mostra, na verdade, o quanto está perdido, sem apoio, sem capacidade de articular de forma a andar de cabeça erguida. Sobram as manobras… Jurídicas e políticas. Muito triste. Uma enorme loucura.
– E nosso jurídico? Como fará? Terá que defender a instituição contra o próprio presidente. Será que o fará? Vou acompanhar o processo e depois digo para vocês.
– Uma pena estrear por aqui falando de política e problemas. Mas acho que não temos alternativa, né? É essa nossa triste realidade. Vivemos nossa Hiroshima particular.
– Amanhã estarei nas Laranjeiras engrossando o coro dos descontentes e botando pressão no nosso conselho. Conto com a presença de todos. É mais importante que qualquer jogo. Vamos subir a #ocupaflu nas redes? Não vamos abandonar, amigos!
– Gostaria de agradecer em meu nome e em nome do Dedé pelo convite para escrever no NETFLU. Obrigado ao Leandro e a toda equipe. Procuraremos escrever com o coração aberto como sempre fizemos nos últimos seis anos. Por aqui ninguém tem qualquer interesse em nada do Fluminense. Não queremos cargos, não somos remunerados pelo site, não integramos grupos políticos. Errando ou acertando escreveremos sempre como se estivéssemos sentados na arquibancada.
– O Junior Dutra já foi?
– Crédito da foto: twitter de @abadofiscal, um gênio.