Uma tarde em que o Time de Guerreiros até foi superior, mas o único gol saiu pelos pés da equipe rival. Em matéria publicada pelo portal Globoesporte, o jornalista Ivan Raupp analisou as nuances do confronto.
Veja:
“Muricy Ramalho diria que a bola puniu o Fluminense contra o Vasco. Focado na Copa Sul-Americana e até então em situação razoavelmente confortável no Campeonato Brasileiro, o Tricolor entrou em campo sem pressão para encarar um debilitado rival. Ainda assim, o técnico Marcelo Oliveira optou por usar praticamente a força máxima. O time jogou solto, em ritmo de treino, e teve facilidade para criar jogadas ofensivas.
Mas faltou ímpeto. O Flu desperdiçou oportunidades, acabou levando um gol de pênalti no segundo tempo e viu o Cruz-Maltino se fechar em seguida. Aí, com o adversário todo recuado, ficou difícil conseguir ao menos o empate. A derrota por 1 a 0 foi um resultado péssimo, pelas circustâncias da partida, e que faz a equipe ter novamente a pulga atrás da orelha na competição. Com Z-4 não se brinca.
Os primeiros 15 minutos de jogo resumiram bem a performance tricolor. Foram três boas chegadas, todas marcadas por escolhas erradas feitas pelos jogadores. No primeiro da trinca de lances, Ayrton Lucas avançou em liberdade pela esquerda e, de frente para a zaga do Vasco, cortou para o lado errado antes de chutar muito mal. No segundo, Sornoza tinha Jadson entrando livre na área, mas preferiu esticar na ponta. Por fim, Luciano matou o ataque ao tocar curto, e a bola ficou de graça para a defesa vascaína.
Luciano ainda protagonizaria outros lances importantes. Aos 24 minutos, cobrou falta no travessão. Aos 32, recebeu passe de cabeça de Paulo Ricardo, jogada característica envolvendo os zagueiros do Fluminense, mas parou em Martín Silva. Dois minutos depois, voltou a escolher a jogada errada e, em vez de aproveitar um buraco na defesa cruz-maltina, mandou a bola na ponta.
– Considero que fizemos um bom trabalho, principalmente no primeiro tempo, mas estávamos pecando no último passe, errando bastante no último terço do campo. No clássico os detalhes acabam decidindo. Hoje infelizmente esses detalhes resolveram a favor deles – disse o meio-campista Jadson após a derrota.
O detalhe ao qual Jadson se referiu foi o pênalti cometido por Paulo Ricardo – mão na bola dentro da área – e convertido por Maxi López aos 13 minutos do segundo tempo. Era o que o Vasco precisava. Após abrir o placar, o time de Alberto Valentim recuou, dificultando a vida do Fluminense. Os espaços, que antes eram muitos por conta da necessidade vascaína de sair para o jogo, ficaram escassos.
Paulo Ricardo mostrou certa insegurança em lances após cometer o pênalti e, com o Fluminense precisando ir para cima, foi substituído por Everaldo. Sempre incisivo, o atacante deu novo gás à equipe, buscando mais infiltrações. A formação mudou de 3-5-2 para 4-3-3. Mas não surtiu muito efeito. Parecia que o Flu já tinha jogado seu bilhete da sorte de sábado no lixo”.