O Salão Nobre das Laranjeiras, sede da reunião do Conselho Deliberativo do Fluminense que iria votar as contas da gestão Pedro Abad, se transformou num cenário de guerra na noite da última terça-feira. Antes mesmo de começar o pleito principal, uma confusão tomou conta do recinto por conta da insistência na votação das contas de 2017, antes que as contas referentes ao ano de 2016 fossem refeitas.
A questão é que, no último ano da administração Peter Siemsen, houve uma mudança um superávit de R$ 8 milhões para um déficit de R$ 13 milhões. Essa discrepância não foi debatida entre os conselheiros, gerando mais troca de farpas, acarretando inclusive na agressão de um conhecido conselheiro ligado à Flusócio, grupo de sustentação de Abad.
Na explanação do presidente do Conselho Fiscal, Felipe Dias, antes de estourar todo o conflito nas Laranjeiras, o tema foi a correção das contas de 2016, salientando que era preciso rediscuti-las, devido a dois aspectos, como explicou o conselheiro Sérgio Poggi, através de uma conta pessoal, numa rede social:
1 – A firma responsável pela auditoria das contas de 2016, assim como o próprio auditor que acompanhou o clube por 8 anos, disse NÃO POSSUIR A DOCUMENTAÇÃO utilizada para elaborar o parecer e não entregou para os novos auditores, o que é uma regra.
2 – Peter (ex-presidente do Fluminense) negociou um aumento do valor das luvas em 2016 em troca de uma redução no valor mínimo da receita com payperview nos próximos anos,o que configura uma antecipação de receita de exercícios futuros.
Vale ressaltar que as contas de 2016 foram aprovadas no ano passado, mesmo com muitas críticas de sinalizações de irregularidades, a partir de análises de especialistas. Agora, elas devem, de fato, serem analisadas outra vez.