Bicampeão brasileiro pelo Fluminense em 2010 e 2012, o lateral-esquerdo Carlinhos, que atualmente defende as cores do Paysandu, na Série B, concedeu entrevista exclusiva ao NETFLU e falou, entre outros assuntos, sobre seu quase retorno ao clube. O atleta, bem como o meia Thiago Neves, estava acertado com Celso Barros para retornar ao Tricolor, caso o mesmo fosse eleito presidente nas eleições de 2016 para 2017, o que acabou não acontecendo.
O autor do cruzamento para o gol do título de Emerson “Sheik” contra o Guarani em 2010 ainda revelou que nunca queria ter saído do Flu e que quase acertou com um grande clube rival, mas não o fez por respeito ao Tricolor. Em seguida, o lateral acabou indo para o São Paulo, adversário do Fluminense neste domingo, pelo Brasileirão, e teve uma passagem pelo Internacional.
No clube gaúcho, o atleta chegou a ficar 12 partidas invicto (sete vitórias e cinco empates) como titular, mas teve sua sequência interrompida por conta de uma apendicite, que o afastou dos gramados. Confira a entrevista na íntegra do lateral-esquerdo ao site número um da torcida tricolor:
1 – Você foi campeão nacional duas vezes, Carioca pelo Fluminense e titular em todas essas campanhas. Por conta disso, sente um carinho diferente pelo Tricolor?
– Foram quase cinco anos de muita alegria, participei de umas das fases mais vitoriosas do clube e tenho meu nome gravado na história do Fluminense e isso não tem preço. Tenho um carinho muito grande e mesmo de longe fico na torcida.
2 – Como está a sua carreira atualmente?
– Estou no Paysandu disputando a série B, tenho contato até novembro e espero ajudar o máximo possível o clube.
3 – Na época do Muricy, ele dizia que você era um jogador manhoso, que precisava ser incentivado sempre para se motivar para os jogos. Por que isso ocorria?
– Pra mim o Muricy nunca falou isso (risos). Até porque ele me levou para o São Paulo e tentou antes me levar para outra equipe.
4 – No Flu você viveu a melhor fase da carreira. O que aconteceu depois que não conseguiu mais repetir as atuações nos outros clubes?
– No São Paulo acabei jogando mais em outras posições do que na minha, tive muitos treinadores gringos e que gostavam muito da minha versatilidade de saber jogar em várias posições. Já no Internacional, joguei na minha posição, fui titular, mas aí veio um problema de saúde, uma apendicite. Depois disso vieram algumas lesões que não me deixaram voltar ao mesmo ritmo que eu estava quando cheguei.
5 – Ainda se vê com condições de jogar em alto nível por um grande clube do futebol brasileiro?
– Estou muito novo ainda, tenho 31 anos. Já, já voltarei a jogar em alto nível. Às vezes passamos por uma má fase, mas já, já estarei de volta.
6 – Por toda a história que construiu, pensa num retorno ao Fluminense?
– Na verdade eu nunca quis sair do Fluminense, mas a diretoria que estava no clube na época não fez proposta de renovação e eu já estava ficando sem contrato. Mesmo assim, por respeito ao Fluminense, eu deixei de ir para um grande rival que me fez uma proposta antes de chegar a proposta do São Paulo. Nas eleições de 2016 para 2017 eu quase voltei, seria com o Celso Barros se ele ganhasse as eleições, mas se algum dia tiver a oportunidade eu voltaria sem problemas.
7 – O Fluminense te deve algo?
– O Flu demorou um pouco para me pagar, mas ao contrário de muitos jogadores eu não coloquei o clube na justiça, conversamos e resolvemos. Está tudo ok.
8 – Na próxima rodada do Brasileirão, o Fluminense vai encarar o São Paulo, no Morumbi. Sendo os dois dos últimos grandes clubes que defendeu, como você enxerga esse duelo?
– Vai ser um grande jogo Morumbi lotado e torcida empolgada, mas o Fluminense mesmo nas condições atuais vem fazendo trabalhos interessantes. Pelo momento e situação no campeonato, o São Paulo leva uma pequena vantagem, mas tem que tomar cuidado e respeitar o Fluminense.
9 – Acha que o Fluminense atual tem força para conseguir beliscar o título da Sul-Americana?
– Tem força sim, a torcida apoia e gosta desse tipo de competição e isso é um fator que ajuda e muito.
10 – Do que sente mais saudade de sua época como jogador do Fluminense?
– Olha, formamos grandes grupos, parceiros, ficamos muito tempo juntos. Acho que isso foi o diferencial, mas pra mim foi uma realização de um sonho vestir a camisa do Fluminense. Se eu for ficar falando aqui vamos passar uma semana conversando (risos).