Tudo começou com um grupo de oito tricolores, entre sócios e conselheiros. Há quase dois anos, eles se reúnem frequentemente para debater a viabilidade do retorno de jogos oficiais no Estádio das Laranjeiras, palco que abrigou, por exemplo, a primeira partida da Seleção Brasileira. Mas depois de ter voltado a avançar, a ideia deve “morrer na praia” com a renúncia dos vice-presidentes ligados ao Unido e Forte, frustrando muitos torcedores. O NETFLU apurou que a ideia nunca foi uma prioridade para o presidente do Fluminense, Pedro Abad, tampouco gozava de prestígio junto à Flusócio, principal grupo político de apoio à gestão.

O projeto está bem adiantado. O escritório de arquitetura de Edmundo Musa, que fez o CT, elaborou todo o plano. Já existe até pré-contrato pronto, com o cronograma conduzido de perto pelo ex-vice financeiro, Diogo Bueno. O site número 1 da torcida tricolor tentou entrar em contato com o ex-dirigente ao longo desta sexta-feira, mas não obteve sucesso até o fim desta matéria.

 
 
 

O projeto avançou e chegou num ponto em que o Fluminense precisa tomar uma decisão definitiva. Além de plantas, há detalhamento técnico e maquete prontos.  A ideia seria apresentada a uma série de órgãos, principalmente do patrimônio histórico, como INEPAC e IRPH, mas não houve desenvolvimento após ser apreciado por Abad e seus principais apoiadores.

Vale destacar que o planejamento da Flusócio é um estádio para cerca de 40 mil pessoas, na Zona Oeste do Rio de janeiro no Janeiro. O principal argumento é que o Fluminense se apequenaria com um campo para 12 mil torcedores. Não existe, porém, qualquer movimentação mais efetiva neste sentido. Pelo menos publicamente.

Os idealizadores do projeto que prevê a reforma das Laranjeiras chegaram nesse número de 12 mil espectadores depois de algumas reuniões com o Corpo de Bombeiros, já que o regulamento da corporação era um dos pontos mais difíceis de atender dentro da adequação do estádio à legislação vigente.

Em entrevista concedida no dia 9 de fevereiro deste ano, o então CEO do Fluminense, Marcus Vinícius Freire, destacava o desejo da reforçar das Laranjeiras, mas lembrando que a ideia principal seria o terreno para um estádio.

– Laranjeiras faz 100 anos ano que vem e existe uma parte que dá para ser reformada sem destombamento. Pensamos que ali, trazer de volta Laranjeiras para o Fluminense, no coração da Zona Sul, vamos rejuvenescer esse clube se conseguimos recuperar Laranjeiras. Paralelamente a isso, junto com o presidente Abad, estamos conversando para um projeto para termos o nosso estádio, buscando um terreno – contou o ex-CEO do Flu.

Curiosamente, nas últimas eleições, uma das principais bandeiras da campanha do, naquela ocasião, presidente do Conselho Fiscal e candidato à presidência, Pedro Abad, era a construção de um estádio próximo ao CT, na Barra da Tijuca. No evento de lançamento de sua campanha, ao lado do antigo mandatário tricolor, Peter Siemsen, chegou-se a anunciar um terreno, que teria sido obtido em uma parceria com a Prefeitura do Rio de Janeiro. Agora, o clube teria de apresentar o projeto e buscar parcerias para iniciar a construção, o que ficaria a cargo do presidente que for eleito, se assim ele desejar.

– O primeiro passo foi dado. Não adianta ficar eufórico e pensar que agora temos um estádio. Temos de trabalhar muito para chegar lá. Para quem trabalhou muito para ter o CT, com o nível e com a localização, acho que dá para confiar. O memorando significa o seguinte: o Fluminense tem uma obrigação, que precisa da parceria da prefeitura. Trabalhando junto, se muda a regra construtiva da localização e se constrói. Temos um contrato que nos dá tempo para isso, são 18 meses renováveis. A nossa ideia é começar o trabalho amanhã, ou assim que acabar a eleição municipal. Terminado isso, começa no dia seguinte para ter as mudanças necessárias – disse Peter, presidente do Fluminense naquela momento.

O mandatário tricolor na época não acreditava na existência de algum risco de o projeto não avançar de acordo com o resultado da eleição municipal do Rio este ano.

– Independe totalmente. Ele (Eduardo Paes) faz um tremendo trabalho na cidade, dentro das dificuldades. O projeto é um bem para a cidade. Isso independe de partido e de prefeito. Tenho certeza de que o prefeito que ser eleito vai entender que o futebol mudou – finalizou. P

Imagem do projeto de estádio, anunciado no lançamento da campanha de Pedro Abad para a presidência do Fluminense, em 2016 ?

NETFLU exibiu um dossiê com exclusividade, há dois anos, explicando passo a passo como seria possível revitalizar as Laranjeiras para jogos. Confira a parte 1 e a parte 2.