O Fluminense divulgou na última terça-feira o balanço das contas de 2017, com atraso de 15 dias do tempo previsto de acordo com a Lei Pelé. O resultado mostrou um déficit de R$ 68 milhões no último ano de mandato de Peter Siemsen, sendo assim o maior prejuízo apresentado entre todos os clubes da Série A do Brasileirão.

Os grupos políticos Esperança Tricolor e MR21, em conjunto, divulgaram uma nota de reanálise das contas, declarando preocupação com tudo o que foi apresentado. Confira abaixo a nota.

 
 
 

“No último dia 15/05/2018 o Fluminense finalmente divulgou as Demonstrações Financeiras de 2017, de forma completa, após um atraso de quinze dias, contudo sem o parecer do Conselho Fiscal.

Tal fato nos preocupa e muito pela gravidade do assunto e suas consequências.

Resumo dos Números

O resultado de 2017 se apresenta deficitário, na ordem de R$ 68 milhões, embora dentro do previsto no orçamento aprovado pelo Conselho Deliberativo no início do ano passado e que apontava um déficit de R$ 75 milhões.

Mesmo assim, ainda é o maior prejuízo apresentado por um clube da série A o que, além de ser preocupante por si só, agrava nossa preocupação com a situação de caos em que se encontra o clube.

Nessa divulgação nos causa espécie o fato de que foram necessárias alterações nos balanços de 2015 e 2016, considerando que durante o exercício do ano passado, constatou-se que não foram devidamente registradas contingências trabalhistas, além de depósitos judiciais sem documentação comprobatória.

Além disso, a partir de 2017, houve alteração de tratamento contábil do reconhecimento do direito de imagem dos atletas profissionais e o “Flu-Samorim” passou a ser tratado como despesa e não investimento.

Essas alterações fizeram com que o resultado de 2016 passasse a ser deficitário em pouco mais de R$ 13 milhões.

Plano de Reestruturação Financeira

Nesse documento há uma explicação sobre um plano de reestruturação financeira baseado em quatro pilares:

1)    Adequação da estrutura de custos do Clube à média das suas receitas históricas de forma a “gastar menos do que arrecada”;

2)    Reestruturação das dívidas cíveis e trabalhistas com o objetivo de que não ocorram bloqueios judiciais no fluxo de caixa do Clube;

3)    Lançamento de projetos, produtos e programas que viabilizem a alavancagem de receitas, uma vez que comparando-se diferentes rubricas do Fluminense Football Club com outros Clubes Relevantes do Futebol Brasileiro, o Fluminense possui receitas bastante reduzidas, o que por si só traz a possibilidade de crescimento das receitas;

4)    Atração de empresas, investidores e grupos de entretenimento que visem incrementar a rentabilidade dos ativos do Clube.

Não temos nenhuma dúvida que esse plano é importante e necessário, acreditamos inclusive que o mesmo deveria ter sido colocado em prática anteriormente, principalmente em 2015, com a saída do antigo patrocinador do clube. Entendemos que as ações necessárias para sua execução precisam ser iniciadas imediatamente.

Análise das contas de 2016

Tanto o MR21 – Movimento de Renovação 21 de Julho quanto o Esperança Tricolor sempre se mostraram contrários à aprovação das contas de 2016, por acreditar que já existiam fatos que justificavam a necessidade de maior apuração das informações existentes.

Agora, temos ainda mais certeza que é necessária essa nova análise nas contas do ex-presidente Peter Siemsen.

No nosso entendimento é claro que como as contas foram alteradas, elas foram aprovadas com base em informações incorretas numa reunião confusa e mal conduzida.

Logo, a aprovação é nula!

Sendo assim viemos a concluir e reforçar essa certeza informando que nossos representantes pautarão a matéria em tela no Conselho Deliberativo.

Iremos às últimas consequências!

Esperança Tricolor
Movimento de Renovação 21 de Julho