(Imagem: Reprodução/SporTV)

Em publicação no site do Jornal O Globo, o jornalista Carlos Eduardo Mansur criticou as condições que o Fluminense foi obrigado pela Conmebol para enfrentar o Nacional, em Potosí, cidade que fica a 4,067 metros acima do nível do mar, pela Copa do Sul-Americana. Segundo ele, o Tricolor “submetido a algo que ultrapassa o limite da sensatez” e destacou que a cidade boliviana não tem estrutura adequada.

– Fica a pergunta: é justo submeter um atleta a isto? Em cidades altas, recomenda-se chegar perto do horário dos jogos para minimizar os efeitos, como vômitos, tonturas, sangramentos no nariz, perda da oxigenação. Mas Potosí tem peculiaridades. Para ir por terra, usa-se a perigosa e sinuosa estrada desde Sucre. Nem isso o Fluminense pôde fazer, por causa de bloqueios. Ocorre que o aeroporto tem estrutura limitada, algo também temerário, que obrigou o tricolor a chegar nove horas antes da partida e entrar em campo mais debilitado do que ocorreria se pudesse chegar logo antes do jogo. Heroísmo é algo bonito no esporte. Mas tudo tem seu limite – disse.

 
 
 

O Fluminense tinha planejado desembarcar de avião em Sucre e seguir de carro para Potosí, chegando próximo ao horário do jogo para justamente minimizar os efeitos da altitude. Entretanto, por conta de protestos na cidade, o Tricolor precisou mudar o planejamento, se hospedando em Santa Cruz de la Sierra e seguindo de avião fretado para Potosí pela manhã, nove horas antes da partida.

– Seja viajar três horas de ônibus para jogar a quatro mil metros de altura, seja obrigar um clube a fretar aviões para transportar um time e pousar num aeroporto modestíssimo, tudo isso soa como assumir riscos demais em nome de um jogo de futebol. Abusar da saúde do jogador, impor sacrifícios acima dos esforços naturais a que atletas já são submetidos. A justificativa, em geral, é que “todos os povos têm direito a receber jogos.” Como se uma partida de futebol fosse um bem essencial à sobrevivência – criticou.