A Conmebol decidiu manter o jogo do Fluminense contra o Nacional Potosí para esta quinta-feira, mesmo com a Bolívia atravessando uma grande crise política que acabou gerando protestos pelo país, fechando aeroportos e bloqueando estradas. Por conta disso, o Tricolor das Laranjeiras teve que mudar sua logística, mas a preocupação ficou maior por conta da segurança. Diante disso, o jornalista Gilmar Ferreira, no seu blog no Jornal Extra, desabafou de forma bastante indignada sobre o assunto. Confira na íntegra o que ele escreveu:
“Com mínimo de respeito à vida, os clubes brasileiros, se vergonha tivessem, deveriam se unir contra a decisão da Conmebol de permitir o jogo do Fluminense, contra o Nacional Potosí, nesta quinta-feira, na Bolívia, partida de volta da primeira fase da Copa Sul-Americana.
Porque como se não bastasse o fato de a cidade de Potosí estar a mais de 4 mil metros acima do nível do mar, o país se encontra em meio a conflitos que interditam estradas e dificultam a chegada da delegação.
ISSO não é futebol, depõe contra a teórica preocupação com a vida humana, mas o que me impressiona mesmo é a passividade dos representantes dos clubes brasileiros.
Pelo dinheiro que recebem, fazem vista grossa.
Não é com eles, embora saibam do esforço desumano que os jogadores do Fluminense terão de cumprir para chegar ao ponto mais alto do país.
A CBF, então, finge não estar nem aí para o problema.
E é impressionante que isso ocorra após a tragédia com o voo da Chape, em 2016.
ME REVOLTA o descaso, como me espanta a postura de quem ignora o quão desgastante é ter que encarar esta aventura.
O futebol não é considerado um esporte radical e as “batalhas” travadas nos campos deveriam ter limites toleráveis de “hostilidade”, se é que o futebol precisa disso para sobreviver.
É lamentável, insisto, que um país forte e importante para o continente não encontre pares nesta luta insana contra os jogos em Potosí, ainda mais em condições adversas para o acesso da delegação e de eventuais torcedores…”