O Brasil sempre foi conhecido por seu futebol arte e por encantar as multidões tanto no país, quanto fora dele. No entanto, de uns anos para cá, isso mudou. Quem garante é o historiador francês Clément Astruc, que veio ao Rio finalizar sua pesquisa sobre o futebol brasileiro e os clubes que excursionaram pela Europa nas décadas de 50, 60 e 70.
– A representação do brasileiro como artista da bola ainda é muito forte. Nos últimos tempos, os jogadores que mais ganham repercussão são ofensivos, como Neymar, Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho, isso por causa da Seleção Brasileira. Os clubes são menos conhecidos do que nos 60, por exemplo. Santos e Botafogo eram os mais famosos na época por conta do Pelé e do Garrincha, mas hoje há um distanciamento em relação a Europa – explicou Clément.
Ele ainda acrescenta que hoje as excursões são mais escassas muito em função da quantidade de jogos que são disputados no país e que isso prejudica a imagem dos clubes fora do Brasil, que ficam menos conhecidos.
– O calendário é muito apertado. Na época, os clubes tinham mais tempo livre. Hoje há competições estaduais, nacionais e internacionais. Antigamente, os clubes chegavam a ficar meses fora do país – completou.
O Fluminense chegou a disputar vários torneios fora do Brasil na época da máquina tricolor, conquistando o Torneio de Paris duas vezes, em 1976 e 1987, e o Troféu Teresa Herrera, em 1977.