O Fluminense publicou com atraso o seu demonstrativo financeiro referente a 2017. Agora, após reunião realizada na noite de quarta-feira, o Conselho Diretor, formado pelo presidente Pedro Abad e os vice-presidentes do clube, decidiu por reabrir as contas de 2016, último ano da gestão Peter Siemsen.
Depois da reavaliação, o resultado será levado ao Conselho Deliberativo, que decidirá se abrirá nova votação para aprová-las ou reprová-las. As possíveis sanções pelo atraso no demonstrativo do balancete aumentaram a pressão pela reabertura das contas do ex-presidente.Tal movimentação existe desde a votação do ano passado, quando as mesmas foram aprovadas.
Em 2016, o rito não foi respeitado e o pleito chegou a correr o risco de judicialização.
Um dos argumentos é que em 2016 a bonificação de R$ 80 milhões de luvas pela renovação dos direitos de transmissão, mais R$ 52 milhões do repasse de direitos de jogadores (a maior parte pela venda de Gerson à Roma, da Itália, que acabou até gerando uma dívida) financiou aumento das despesas. Essa receita, no entanto, era extraordinária e não se repetiria no ano seguinte.
Com isso o Fluminense pagou parte de construção com o CT, dívidas antigas que estavam parceladas (com Martinuccio e o Porto por Walter) e ainda contratou. Mesmo tendo dinheiro, o clube atrasou pagamentos nas aquisições de Henrique Dourado, Renato Chaves e Marquinho. A última, inclusive, gerou problemas com a Fifa.
Paralelamente, a oposição tem relatório que questiona o superávit de R$ 8 milhões. Na visão deles, havia, na realidade, um déficit de R$ 72 milhões, pois a renovação de contrato de televisionamento precisaria ser discriminada no balanço dos anos de sua validade – de 2019 a 2024.