Tão logo surgiu a notícia do atraso na publicação do balanço financeiro do Fluminense, o já conturbado ambiente político ferveu ainda mais. Amparados pelo Estatuto do Torcedor e obrigatoriedades do Profut (programa de renegociação de dívidas com a União), um grupo de conselheiros de oposição já estuda ir à Justiça pedir o impeachment do presidente Pedro Abad.
Por conta do Flusócio, grupo do qual Abad faz parte, ainda ser maioria no Conselho Deliberativo, as vias judiciais podem ser menos árduas à oposição. Pelas regras internas do clube, precisariam da assinatura de 50 assinaturas.
A ida à Justiça também não é das mais fáceis. Além de ser custosa. Os opositores, porém, ganham corpo com gente que pertence ao grupo Unido e Forte, do qual fazem parte o vice geral, Cacá Cardoso, e o vice de finanças, Diogo Bueno. Se esta ala apoiar o impeachment, pode embolar ainda mais o tabuleiro político.
Caso Abad seja deposto, uma nova eleição geral tem de ser convocada. Já se ele sair voluntariamente, Cacá será elevado ao poder. Adversários no último pleito, Celso Barros e Mário Bittencourt já têm convergido para o mesmo lado, o que traz um fortalecimento à fatia insatisfeita com a gestão.
– Seria algo inédito, mas existe a possibilidade de tentarmos o impeachment por vias judiciais. A tendência é que percorramos esse caminho, assim abrimos mão do jogo político – explicou o conselheiro Luis Monteagudo, presidente do grupo de oposição Tricolor de Coração.