Cada vez mais asfixiado. Na noite da última terça-feira, em reunião do Conselho Deliberativo que abordou as contas do Conselho Diretor referentes ao ano de 2017, o vice-presidente financeiro do Fluminense, Diogo Bueno, fez revelações preocupantes sobre o momento vivido pelo Tricolor. Caso o clube não consiga R$ 50 milhões até o final do próximo mês não haverá dinheiro para manter os salários em dia e todos os outros compromissos firmados com instituições financeiras.
Aberto para conselheiros e sócios, o encontro ocorrido no Salão Nobre da sede histórica do Fluminense reservou muitas surpresas desagradáveis em torno dos números da gestão. Segundo Diogo Bueno, o clube possui um déficit de R$ 160 milhões entre dívidas acumuladas da gestão anterior e atual. Situações como a venda de Wendel por um valor abaixo do esperado, perda dos direitos sobre Gustavo Scarpa (reconquistado sob liminar há poucos dias, mas ainda em Justiça) e outras ações fizeram os valores aumentarem vertiginosamente. Além disso, constantes prejuízos com rendas dos jogos e até a eliminação precoce na terceira fase da Copa do Brasil para o Avaí, onde o clube trabalhava com uma meta mínima de chegada às quartas de final, contribuem para o rombo.
Para resolver o problema em caráter de urgência, a ideia da ala financeira tricolor é captar R$ 50 milhões de empréstimo com o Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC). Em outras palavras, o Tricolor faria uma antecipação de recebíveis e esse fundo passa a ter direito ao valor que o clube teria direito no futuro, somando mais taxas da transação.
O Fluminense também precisa, o quanto antes, de novas receitas. O trabalho segue sendo feito nesse sentido, segundo apuração do NETFLU, mas sem nada muito claro até o momento. Por fim, ainda conforme explanações do vice de finanças, o clube precisa economizar, pelo menos, R$ 20 milhões só nesta temporada.
Vale destacar que mais nenhum integrante do Conselho Diretor, além de Diogo Bueno, esteve presente para prestar esclarecimentos. Diferente do presidente Pedro Abad, na noite anterior, o vice de finanças deu respostas mais objetivas em cima das questões levantadas. A ausência de outros membros foi duramente criticada. Cotas de renovação de TV entre 2019 e 2024 também foram tratadas pelo dirigente para a apreciação dos conselheiros.