Abel considerou jogo horroroso (Foto: Mailson Santana - FFC)

Oi pessoal!

 
 
 

“Uma pessoa pode ser orgulhosa sem ser vaidosa. O orgulho se relaciona mais com a opinião que temos de nós mesmos e a vaidade com aquilo que gostaríamos que os outros pensassem de nós”, disse Jane Austen, notável  escritora inglesa.

Abel e a Flusócio vêm rebaixando o Fluminense domados por esses dois sentimentos destrutivos de formas diferentes.

Orgulhoso, Abel se considera um técnico acima da média e dispara: ” – Alguns colegas, e eu me incluo, são chamados de medalhões. Eu tenho que ser chamado de medalhão. Tenho muita medalha pendurada no pescoço. São 23 títulos.”*

Destes 23 honrosos títulos, o simpático e carismático treinador conquistou 3 expressivos: um Brasileiro, uma Libertadores e um Mundial.

Com mais de 30 anos de carreira, ele nos leva a esquecer das centenas de competições perdidas, inclusive, por erros dele, como as invenções deste ano.

Vaidoso, Abel quer e consegue que pensemos dele o que ele pensa de si mesmo. E neste Fluminense famigerado pela Flusócio, sobretudo, ele consegue ser visto como um salvador, um profissional indispensável.

A única pessoa indispensável ao Fluminense é o seu torcedor. Eu, você, nós, seres diminuídos, maltratados e que sofrem na alma, no corpo e, muitos, no bolso, com o que eles têm feito no clube.

Orgulhoso como profissional e vaidoso por ter a maior parte da torcida nas mãos, a loucura dominou nosso técnico de maneira fulminante.

A escalação e postura que ninguém usa mais, desde a Hungria de Púzkas (anos 40) que derrubou esse conceito tático de atuar com 7, 8 jogadores defensivos, é a prova de que o querido Abelão endoideceu.

Vale ressaltar que a Itália faz e até campeã nesse século foi. Mas a Itália tem algo singular, da raiz de sua tradição.

Na escola italiana, os defensores jogam bola. Para citar zagueiros e volantes de talento recentes da Azzura: Ancelotti, Scirea, Baresi, Maldini, Nesta, Cannavaro, Pirlo.

Uma Itália dá o último passe (o mais importante e difícil) ao Paolo Maldini, na lateral-esquerda, não para laterais como Gilberto e Ayrton Lucas.

Uma Itália não atacaria com dois volantes de contenção. Um deles tem que ter o passe vertical, o passe longo, ser um Ancelotti ou um Pirlo.

Uma Itália não atacaria com Jádson e Douglas (carregadores de bola que precisam do corredor livre) e Richard e Airton (que desarmam bem antes do um toque na bola).

Por fim, uma Itália não colocaria na entrada da área ofensiva, Ibañez, Gum ou Reginaldo, ainda mais precisando vencer por dois gols de diferença ou marcar ao menos um.

A Itália poderia até não atacar. Mas não  escolheria atacar com jogadores defensivos do nível dos nossos, em geral, pois não falo só dos jogadores tricolores.

A Itália não atacaria com Reginaldo trombando com o volante adversário na entrada da área de ataque ou Ibañez esperando o passe do Richard que estava na linha de fundo, no mano-a-mano, ao invés de atacar com atacantes de origem.

Abel, cego pelo orgulho e vaidade, tem feito isso. Ataca, quando ataca, com jogadores da defesa, maioria na sua escalação desequilibrada e retranqueira em excesso.

Em nossa escola e cultura, “nêgo ruim de bola” joga atrás. A escolha de atacar com Ayrton Lucas e Jádson a atacar com Robinho e Matheus Alessandro, atacantes de origem, não funciona mais. É o futebol que nos diz, não eu.

Quanto já nos custou em dinheiro (e moralmente) “bater palmas para maluco dançar”?

Alguns milhões de reais e apequenamento moral… Sequer chegarmos às semifinais da Taça Guanabara e ainda sermos eliminados da Copa do Brasil precocemente.

Fomos eliminados por um time tecnicamente inferior pelo tamanho da covardia, orgulho e vaidade do treinador e da diretoria que não tem moral para chamar atenção dele nem administrar o Fluminense.

Eliminação humilhante (duas derrotas) para um Avaí em reconstrução, sem dinheiro, com elenco que conta com 18 jogadores da base, mas seu técnico não fica de “mimimi” por isso. Abel, sim. E continua enganando por ser ainda “o salvador”, “o indispensável”.

Qualquer outro treinador já teria sido demitido. Mas Abel também é o para-raio de uma diretoria omissa e mais preocupada em se esconder (também porque nada entendem de futebol) do que em agir, gerir, administrar, dar a cara à tapa.

Abel dá a cara. Ele, ao menos, é boleiro, é do futebol; os gestores da Flusócio, nem isso!

Ter no departamento de futebol alguém que entenda de futebol e tenha criatividade e ousadia para escolher uma comissão técnica com o perfil que se encaixe com o elenco, não se vê nas Laranjeiras há muitos anos…

E seguimos com a covardia, o orgulho e a vaidade nos destruindo ainda mais como time, clube, torcida.

Já não basta ter um elenco bem meia-boca, mas que só fica a dever, em termos de Brasil, para uns 4 ou 5 clubes. Eu afirmava isto ano passado e saíram 6 titulares para outros grandes clubes.

Reafirmo, mesmo com o time de 2018 precisando de mais recurso técnico no meio, que só tem o Sornoza com talento.

Se o time é ruim, ainda está no nível da maioria, para quem assiste aos outros grandes e médios da Série A.

Ainda assim, sem dúvida, era melhor do que aquele Avaí. Ruim ou pior, uma coisa é certa e inaceitável para mim: O FLUMINENSE É O TIME QUE JOGA O FUTEBOL MAIS COVARDE DO BRASIL.

Continuem batendo palmas para maluco dançar… É em nossa alma que dói, aliás. Só nela.

Em geral, conseguimos sobreviver a ma-fé ou a incompetência, mas as duas, se combinadas, não sei se conseguiremos (e espero que não seja o nosso caso).

Se nada significativo mudar, de mãos atadas e cabisbaixa, peço apenas que aquela “uma bola” entre até chegarmos aos 46 pontos ou, antes, um milagre nos salve da dupla que tem nos rebaixados neste 2018: Abel & Abad.

Toques rápidos

– Tem um treinador dando sopa no mercado que é experiente, não fica de “mimimi” por ter um elenco de jovens nem com receio de lançá-los, montar um time com esse perfil, tendo sido até campeão da Copa do Brasil com uma garotada.

– “Fluminense mira x reforços.” É a 2ª frase mais lida do ano sobre o clube. A primeira, é claro, é o Abel falando que “não falta alma”. Não falta mesmo. Faltam alguns jogadores e, principalmente, um técnico sem medo, sem orgulho e sem vaidade.

– Notícia da luta de um grupo independente, que não é da Flusócio, lógico, para a reavitalização das Laranjeiras foi a melhor notícia do ano para mim. Pessoal, mais uma vez, se precisarem, contem comigo.

– “À bên-ção, Jo-ão de Deus”

– FlaxFlu: jogamos pelo empate…

– De novo! Mais uma! “À bên-ção, Jo-ão de Deus”

Fraternalmente, ST.

*Fonte: https://www.terra.com.br/esportes/lance/abel-braga-nao-se-incomoda-com-rotulo-de-medalhao-sao-23-titulos,fee7c0939f79643b18367d1912338570syaldp07.html