O site “Globo Esporte” teve acesso à troca de mensagens e acusações entre Fluminense, Sport e São Paulo pela transferência de Diego Souza para o clube do Morumbi. A reportagem mostra a cronologia dos fatos.
O Flu entende que o e-mail enviado por Marcelo Teixeira, diretor da base, para Eduardo Uram, agente de Diego, não tem validade legal. Sport e São Paulo, em contrapartida, responderam acusando o clube das Laranjeiras de usar “artimanhas jurídicas e narrativas fantasiosas para ter benefício maior do que aquele que aceitou”. Confira:
22 de março de 2016 – Fluminense acertou a cessão de Diego Souza ao Sport em transferência sem custos. Em contrapartida, ficou acordado que o Tricolor ficaria com 50% dos direitos econômicos do jogador, visando uma futura transferência.
Fim de 2017 – o São Paulo sonda Diego Souza. No dia 20 de dezembro, clube e jogador chegaram a um acordo. O tricolor paulista ainda precisaria se acertar com o Sport.
29 de dezembro de 2017 – Eduardo Uram e Marcelo Teixeira conversam por telefone. Na sequência, o dirigente do Fluminense envia um e-mail “em nome do presidente do Fluminense”, autorizando o empresário de “forma irrevogável e irrestrita” a negociar com o Sport a parte relativa ao Fluminense em uma eventual negociação de Diego Souza pelo valor de R$ 1 milhão.
7 de janeiro de 2018 – O São Paulo acerta com o Sport a contratação de Diego Souza. No contrato, fica estabelecido que o clube paulista pagará R$ 10 milhões por 100% dos direitos federativos do jogador. O documento diz também que o valor devido ao Fluminense será de responsabilidade do São Paulo, que deveria fazer o pagamento diretamente ao clube carioca.
No mesmo dia, o Sport e o São Paulo, em conjunto, enviam uma carta ao Fluminense informando que, baseado no no e-mail de Marcelo Teixeira a Eduardo Uram, o clube carioca receberá a quantia de R$ 1 milhão a ser paga pelo São Paulo.
9 de janeiro de 2018 – Marcelo Teixeira encaminha o e-mail enviado a Eduardo Uram ao vice de futebol do Flu, Fabiano Camargo, a uma advogada do departamento jurídico do clube, e a mais dois contatos não identificados. No mesmo dia, o Fluminense envia carta assinada pelo presidente Pedro Abad ao Sport solicitando uma cópia do contrato de transferência de Diego Souza ao São Paulo.
17 de janeiro de 2017 – Em carta ao Sport, o Fluminense reconhece que Marcelo Teixeira autorizou a negociar exclusivamente com o Sport a participação do Fluminense sobre os direitos de Diego Souza por R$ 1 milhão. No entanto, argumenta que o Sport não adquiriu a participação do Flu sobre os direitos do atleta por nunca ter se manifestado a respeito do caso e não ter efetuado o pagamento do valor mencionado. Desta forma, o clube carioca entende manter o direito ao valor referente a 50% da negociação e cobra o pagamento da quantia.
30 de janeiro de 2017 – Sai na imprensa, através do jornal “O Dia” que o Fluminense corria o risco de ficar com apenas R$ 1 milhão na negociação de Diego Souza entre Sport e São Paulo.
31 de janeiro de 2017 – O Sport e o São Paulo respondem, acusando o Flu de tentar se evadir do combinado utilizando-se de “artimanhas jurídicas e narrativas fantasiosas para ter benefício maior do que aquele que aceitou”. Afirma também que, no dia 7 de janeiro, Uram ligou para Marcelo Teixeira em “viva-voz” informando que o Sport exerceria a opção combinada e que o dirigente teria aceitado.
O Sport acusa também o Fluminense de se manter em silêncio por nove dias e afirma que, por este motivo, o pagamento de R$ 1 milhão não foi efetuado. O clube pernambucano afirma que comunicou novamente o Flu no dia 11 de janeiro, mas não obteve retorno.
19 de fevereiro de 2018 – O Fluminense entra com uma liminar na Justiça cobrando os R$ 5 milhões, referentes aos 50% dos direitos econômicos de Diego Souza, previstos no contrato feito com o Sport em 2016. O Tricolor argumenta, dentre outras coisas, que o acordo entre Teixeira e Uram não pode ser considerado por não ter sido colocado como aditivo ao contrato, que só poderia “ser modificado ou alterado mediante a celebração de instrumento escrito firmado por todas as partes contratantes”.
20 de fevereiro de 2018 – A Justiça ordena que o São Paulo deposite em juízo os R$ 5 milhões ainda não pagos pelo clube paulista ao Sport até que seja tomada uma decisão final sobre o caso.